PUBLICIDADE

Publicidade

Corinthians faz festa e até dá prêmio

Por Agencia Estado
Atualização:

Foi uma das maiores festa da história das viradas do Corinthians. Torcedores em pé choravam cantando e ao mesmo tempo aplaudindo o hino do clube nos minutos finais da goleada por 5 a 1 diante do Cianorte, nesta quarta-feira, no Pacaembu, que classificou a equipe para a próxima fase da Copa do Brasil. O time conseguiu a virada consagradora por quatro gols de diferença que o manteve na competição. Estava anulada a derrota por 3 a 0 no Paraná. O atalho para a Copa Libertadores continua aberto. O próximo adversário será o Figueirense e o primeiro jogo em Santa Catarina. A CBF ainda não definiu o dia: pode ser no dia 13 ou 20. A torcida nem quis pensar no próximo adversário. Enquanto Kia Joorabchian, mentor do novo Corinthians, pulava histérico e distribuía beijos em quem chegava perto dele, o presidente Alberto Dualib tomava a iniciativa: "Olha, eu decidi dar um bônus para os jogadores. Não estava previsto, mas eles vão ganhar um bom dinheiro pelo que fizeram". Dinheiro era o que menos importava aos jogadores. Contagiados pelos torcedores, cada um comemorou do seu jeito. Acostumados a repartir vitórias com a torcida na Argentina, Tevez e Sebá corriam para os alambrados. Passarella abraçava cada atleta e pulava ao ritmo dos tambores da Gaviões. Os demais aplaudiam de volta os torcedores. Vários deles desceram abraçados para os vestiários. "Ainda no hotel, falei para os jogadores que essa virada era possível. Eles acreditaram. E o mais importante: mostram para a torcida que têm pulso. A torcida percebeu que tem um time vibrante. E vai ser assim daqui para a frente", prometia, empolgado, Passarella. "A minha participação foi igual a de cada um dos jogadores. Fui mais um". "Aprendi o que é o Corinthians. Não tinha idéia o que era jogar com uma torcida dessas. Quando as forças acabavam, os gritos das arquibancadas nos carregava. Fazer o gol da classificação foi um prêmio para mim. Esses torcedores mereciam", dizia Gustavo Nery. "Essa vitória nos dará uma força enorme para conquistar a Copa do Brasil. Eu tenho de confessar que estou vivendo um dos melhores momentos da minha vida. Não só como jogador. Nunca vi tanta alegria junto. A gente tinha de ganhar do Cianorte e ficar com essa vaga. Os torcedores e o nosso time, nós merecíamos", comemorava como um garoto o até então frio Roger. Havia espaço também para desabafos. De Fábio Costa, lógico. O goleiro havia falhado demais na primeira partida no Paraná. E se vingou: "Agora eu quero ver os dirigentes do Cianorte falarem mais bobagem. Diziam que enfrentariam o Remo pela seqüência da Copa do Brasil. Se esqueceram que do outro lado existiam jogadores de muita qualidade. Agora vão ter de voltar para o Paraná e tentar disputar o estadual, que é o lugar deles". E Roger também demonstrou que estava ressentido. "O jogo provou também para deixar bem claro que não tenho problema com o Passarella. Ele pode me escalar, me tirar, fazer o que quiser. Fiz os gols e fiz questão de correr e repartir a minha alegria dando um abraço nele. Quero ver se algum jornalista ainda tem coragem de insistir nessa história de que somos brigados". Ao contrário do que havia prometido, Kia foi outra vez aos vestiários. Não para cobrar explicações como fez com Tite, mas para reverenciar Passarella. Como uma barata tonta ia procurando jogador para abraçar. A alegria estampada no seu rosto tinha explicação: os R$ 186 milhões que gastou para formar o Corinthians começaram a se justificar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.