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Corinthians faz mistério para despistar argentinos

Jogadores treinaram usando as mãos e o técnico listou várias alternativas, além de ir treinar em um campo quase escondido. Tudo para confundir o adversário

Por Agencia Estado
Atualização:

Despiste. O velho e manjado truque de insinuar uma coisa e fazer outra foi a tática que o Corinthians usou para driblar curiosos e enganar ?espiões? do River Plate, temido rival de quarta-feira na oitava-de-final da Copa Libertadores. Horas depois de ter desembarcado na capital da Argentina, o campeão brasileiro deu nesta terça voltas e voltas para treinar escondido e criar clima de mistério para o duelo marcado para o Monumental de Nuñez. Os jogadores descansaram um pouco hotel, no centro, no resto da manhã e início da tarde. Ademar Braga e auxiliares, porém, não dormiram no ponto. A estratégia de desviar atenção estava armada antes da viagem. Assim que o grupo refez as forças, veio a ordem de partir para o treino. O ônibus da delegação iniciou, então, uma viagem pela cidade até desembocar em Avellaneda, que fica na região da grande Buenos Aires e é sede do Independiente e do Racing, clubes tradicionais. Mas, em vez de usar a estrutura de alguma dessas equipes, Braga decidiu treinar no Estádio El Viaducto, do pequeno Arsenal. O grupo embrenhou-se por vielas estreitas e de calçamento precário, cercadas por casas modestas, até chegar ao local do treino. O campo acanhado lembrava um pouco a Fazendinha. Braga deu ordem para que nenhum ?gringo? acompanhasse o treino. Com o tempo, no entanto, foram chegando repórteres argentinos. Para não parecer antipático, o treinador do Corinthians liberou a entrada de todos, mas ainda assim manteve a linha de sair pela tangente. Os jogadores treinavam passes com as mãos - como se fosse um jogo de rúgbi - e só usavam os pés na hora de chutar a gol. Ninguém entendeu nada - muito menos na hora em que Braga se dispôs a falar a respeito do time. ?Não tenho nada definido?, avisou para os argentinos. ?Posso entrar com três zagueiros, posso colocar o Roger como ala esquerda, posso ter o Rafael Moura no ataque, ao lado do Nilmar e do Tevez?, desfiou, sem convencer brasileiros. Pura cascata, papo furado. Uma coisa parece certa: o Corinthians pretende atuar ao contrário do River. ?Se vierem para cima, ficamos atrás?, avisou o técnico. ?Se ficarem atrás, vamos pressionar?. Braga está seguro de que o vencedor desse duelo chegará à final. ?Essa, na prática, é a final antecipada?, acredita. Pode ser.

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