Os jogadores do Corinthians nunca tiveram tanto medo antes de uma partida eliminatória como a desta quarta-feira à noite, contra o Fortaleza, no estádio Castelão. Depois de sofrer duas goleadas por 4 a 0 de Grêmio e Palmeiras, a eliminação na Copa do Brasil apavora os corintianos. A falta de confiança da diretoria do clube é tanta que já há até um esquema de prontidão caso o time perca para o Fortaleza. A idéia dos dirigentes é fazer o elenco viajar do Ceará direto a Belo Horizonte, onde no domingo enfrenta o Atlético Mineiro. "A fase, que já está ruim, ficará muito pior se formos eliminados da Copa do Brasil. Não dá para avaliar o que pode acontecer. Já perdemos demais", disse Gil no policiado embarque do time, nesta terça-feira, em Cumbica. Gil foi um dos poucos com coragem de dar entrevistas. Falou cercado por dois truculentos seguranças e mais quatro policiais militares. Sete seguranças e 12 PMs foram ao aeroporto para servir de escudo humano para os atletas. O medo era que fossem vítimas de novas ovadas, como no embarque para o Ceará logo após a eliminação no Paulista. Mas não apareceu ninguém para protestar. "Eu tinha certeza de que não apareceriam. Acabou a impunidade. Nós identificamos dez que jogaram ovos e instauramos inquérito, que já está no Fórum de Guarulhos. Tinha certeza de que não iriam correr o risco da reincidência", disse, satisfeito, o delegado titular do aeroporto, Eduardo Gobetti. O máximo que a Gaviões da Fiel fez foi pagar a viagem de dois torcedores que embarcaram e ficaram no mesmo hotel da delegação para dar ?força? aos atletas. "Nós vamos atormentar o vice-presidente Roque Citadini e o presidente Alberto Dualib. O elenco já é fraco e já está dando vexame com a gente longe. Imagina se a gente aperta outra vez. Seria mais vergonha na certa", justificou o diretor da Gaviões, Douglas Deúngaro, o Metaleiro. Entre tanta pressão, Oswaldo se apega à experiência dos veteranos do clube. Mesmo com dores na coxa direita por causa de uma contratura curada prematuramente, Rogério voltará à equipe. O próprio treinador tem dúvidas se o colocará na lateral ou como volante. Vai depender da capacidade física do atleta. A estratégia corintiana será atuar no contragolpe diante do empolgado adversário. Serão três volantes, com um deles atuando como líbero diante da defesa, a segunda pior entre os 24 times que disputam o Brasileiro. Contra o Fortaleza, o Corinthians precisa de um empate com gols ou vitória simples para se classificar, depois do 0 a 0 na partida de ida, em São Paulo. "Vamos mostrar pelo menos garra. Chega de passar vergonha. Já cansamos de tanta humilhação", avisou Renato.