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Corinthians: "Torcedor" treina no time

Garoto dos juniores do Corinthians, Fidélis (em homenagem ao avô, reserva de Djalma Santos na Copa do Mundo de 1966) treinou com o time principal e realizou o sonho de sua vida.

Por Agencia Estado
Atualização:

Deixaram um torcedor jogar nesta sexta-feira com as estrelas do Corinthians. Não era promoção de rádio, nem bondade da comissão técnica, mas o fato é que o garoto de 18 anos, lateral-direito da equipe de juniores, Diego Alexandre Tomanhoni, o Fidélis, viveu uma manhã inesquecível no Parque Ecológico, ao dividir pela primeira vez o campo com os ídolos do time. Tremeu enquanto calçava as chuteiras, sentiu um frio na barriga que teimava em não passar. "Espero que outras datas assim aconteçam, mas, desta, não vou esquecer nunca mais." O técnico Daniel Passarella colocou diante do time principal, que enfrenta o Figueirense, quarta-feira, pela Copa do Brasil, uma formação secundária - esta cumpre tabela no Estadual no domingo, contra a Portuguesa Santista. Para a última, não tinha lateral-direito. Rosinei deve jogar na posição, mas estava no meio; não podia contar com Coelho, contundido, e então apelou para as categorias de base. Especificamente, para o neto do ex-jogador Fidélis, reserva de Djalma Santos na Copa do Mundo de 1966. "Por causa dele virei lateral-direito", contou o aspirante, ainda sob efeito da emoção de conhecer os astros. "Poxa, pensar que estive do lado do (Carlos) Tevez, que ganha tanto dinheiro, né?", afirmou perguntado. "Pensei duas vezes na hora de dividir com ele", confessou em seguida. Estava deslumbrado: "O Sebá é bem mais forte do que parece de longe e o Roger é mais baixinho do que eu imaginava". Em um lance, viu o brutamonte argentino vindo com a bola e, mesmo franzino, arriscou. "Dei uma trombada no Sebá, ele se desequilibrou e eu tomei a bola. Depois, ele teve de fazer a falta", comemorou, detalhando a façanha, talvez a maior de seus três anos no futebol. Começou no juvenil do Santos, em 2002. Ídolo: Tevez. Melhor impressão do dia: a recepção carinhosa dos atletas, especialmente a de Carlos Alberto - "Me deu a maior força e disse para eu ficar tranqüilo, porque, se trabalhasse sério, as coisas dariam certo para mim". Planos a curto prazo: contar aos amigos, detalhe por detalhe, o que ocorreu na histórica manhã de sexta-feira. "Eu mal dormi na véspera. E depois desse treino, com certeza, eu não durmo." Foi também sua primeira entrevista na vida, iniciada após o treino, quando, desnorteado, procurava o banheiro do Parque Ecológico. "É por aqui mesmo?", perguntou ao repórter da Agência Estado. "Mas jogador pode usar?", voltou a questionar. E concluída durante a viagem que fazia de ônibus até São José dos Campos, onde nasceu e moram os pais. "Hoje serei a estrela da cidade", brincou.

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