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Corintianos invadem as ruas de Goiânia

Acompanhe a Viagem ao Coração da Fiel

Por Agencia Estado
Atualização:

O Serra Dourada ganhou cores novas já na manhã deste domingo. Por volta das 10 horas, seis horas antes do início do confronto Goiás x Corinthians, os barulhentos torcedores corintianos, vestidos de preto e branco, começaram a se aglomerar na entrada principal do estádio. Os primeiros corintianos chegaram nos mais de 200 ônibus que saíram de de São Paulo, logo seguidos por paulistanos como Fábio Osório, 34 anos, e André Ranieri, 18, tio e sobrinho empolgados que usavam perucas espalhafatosas compradas na Rua 25 de Março, na capital paulista, em homenagem ao meia Carlos Alberto, do Corinthians. Para ver o Corinthians ser campeão, eles arriscaram. Compraram os ingressos na sede da torcida Gaviões da Fiel antes mesmo de terem reservado as passagens de avião. "Corremos o risco, conseguimos os últimos lugares no vôo, mas graças a Deus deu tudo certo", comemorou Fábio, uma das mais tímidas vozes no coro intermitente que, desde cedo, entoava músicas sobre a equipe. Mais longe do estádio, as ruas de Goiânia pareciam as imediações do Parque São Jorge. Camisetas alvinegras por toda parte, ouviam-se gritos, provocações de corintianos, viam-se bandeiras e cortes de cabelo que lembravam Carlitos Tevez. Em meio a tanta empolgação, os vendedores ambulantes batiam recordes de faturamento. João Antônio Eugênio, 54 anos, esperava salvar o salário do mês inteiro vendendo amendoim. ?Dá para sair uns 300 saquinhos, a R$ 1 cada?, contou. Ele era operador de máquina industrial e recebia R$ 400 por mês. Trabalhando em estádios, descobriu ser possível faturar mais do que isso em dois finais de semana apenas. Um grupo de 15 comerciantes autônomos deixou São Paulo no sábado para lucrar na decisão do Campeonato Brasileiro. Esperavam vender R$ 4 mil apenas com as faixas de campeão, a R$ 3 cada, e mais de R$ 10 mil em todos os produtos, que iam de bolas, camisetas, bonecos e chapéus com o símbolo do Corinthians. Todos eles fabricados em Osasco por Ivan Ferreira, que tem 45 anos e está há 24 "nesse negócio de ser marreteiro". Com Ivan Ferreira, estava Marcos Vicente, 22, motorista de lotação que tira uns R$ 2 mil vendendo de vez em quando na porta dos estádios. Viaja o Brasil inteiro quando pode, assim como faz Edvaldo Leal de Oliveira, 45 anos, que, no entanto, dedica-se exclusivamente à atividade: fatura, líquido, entre R$ 5 mil e R$ 6 mil por mês em média.

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