Coríntians-PP decide futuro nesta 3ª

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Por Agencia Estado
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Com dívidas trabalhistas de aproximadamente R$ 250 mil, já na Federação Paulista de Futebol (FPF), uma de R$ 30 mil numa churrascaria e estimativa de dívida total de cerca de R$ 1 milhão, o afastamento do Coríntians, de Presidente Prudente, da disputa da Série B1 deste ano é quase certa. Isso será definido, no entanto, na reunião do Conselho Deliberativo, nesta terça-feira à noite. "Paixão é uma coisa, burrice é outra: acho que devemos parar e limpar o nome do clube", disse Paulo Roberto Luizari, o presidente eleito, mas não empossado. Se os conselheiros decidirem continuar na competição, Luizari já avisou: "Estou fora." Aliás, ele, nascido em Presidente Prudente e que mora em Bebedouro, resolveu assumir o clube há cerca de duas semanas. Contratou 18 jogadores e uma comissão técnica, por cerca de R$ 15 mil mensais, mas dispensou todos na sexta-feira (02) - por isso não enfrentou a Ferroviária, em Araraquara, no domingo (04). Motivo: as dívidas. A FPF não libera as cotas de R$ 3 mil por mando de jogo e, na verdade, esse valor nem ajuda. "O time deve R$ 1 milhão e eu vou deixar com R$ 1,3 milhão? Basta!" Luizari acredita que o caminho ideal a seguir é licenciar o Coríntians um ou dois anos e solucionar todas as dívidas. "Não importa se voltarmos na B3, é preciso ter coragem e parar", afirmou ele. "Não acredito em mágica, mas em trabalho." Luizari avisou que nem correu nos cartórios para saber se existem dívidas: bastou entrar numa churrascaria. Em duas semanas, ele garante que gastou, do bolso, cerca de R$ 8 mil para tentar reerguer o clube. "É feio ver um oficial de Justiça, todos os jogos, na bilheteria do estádio, e nenhum parceiro assumiria para pagar dívidas." Investir nas categorias inferiores para o futuro, e até no basquete, é uma das possibilidades cogitadas por Luizari. O investimento seria menor e um possível prejuízo também. Nos últimos anos, o Coríntians colheu insucessos dentro e fora de campo. Livrou-se do rebaixamento da A2 em 1998, mas não em 1999. Em 2000, outro fiasco: caiu na A3. Para jogar a partida seguinte, em casa, sempre tinha de pagar despesas do último compromisso. Uma vergonha, que, enfim, poderá chegar ao fim. Mas os conselheiros podem tomar outro rumo. "Aí o risco é deles, mas não adianta insistir nesses erros", diz Luizari.

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