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Covid na China impacta entrega e lançamentos de camisas de grandes clubes europeus

Equipes como Chelsea, Liverpool e Leeds United, que disputam o Campeonato Inglês, continuam sem ter todos os seus uniformes disponíveis aos torcedores; algumas fornecedoras ainda não colocaram artigos dessa temporada à venda no Brasil

Por Murillo César Alves
Atualização:

O mercado de camisas e artigos esportivos é um dos que mais movimentam os torcedores no início das temporadas. Os novos uniformes de Real Madrid, Barcelona, Manchester City, Paris Saint-Germain, entre outros, são atrações neste período sem futebol na Europa e suas vendas explodem entre torcedores e turistas do verão europeu. Todos que podem querem ter a nova versão da camisa do seu time. No entanto, alguns clubes enfrentam a faltam de material e esse consumo está ameaçado.

As relações comerciais não atingiram ainda os mesmos níveis do pré-pandemia. Mesmo com a maioria dos países já tendo retirada restrições de circulação e medidas de isolamento social, as importações e produções mundiais ainda são afetadas pela covid-19. O mundo do futebol também foi atingido. Diferentemente de outros anos, muitos clubes ainda não lançaram seus uniformes novos para a temporada 2022-2023, que se inicia em agosto.

Nova camisa reserva do Manchester City, fabricada pela Puma, ainda não está disponível para compra em todo o mundo. Foto: Divulgação

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O Chelsea, por exemplo, ainda não anunciou oficialmente seu segundo uniforme para este ano. No primeiro amistoso do time inglês nos Estados Unidos utilizou o modelo reserva da temporada 2021/22. Já o Liverpool, apesar de ter revelado a nova camisa, só colocará a peça à venda para seus torcedores a partir do dia 19 de agosto, duas semanas após o início do Campeonato Inglês. Ambas as equipes são patrocinadas pela Nike, marca de artigos esportivos americana.

Segundo levantamento da BBC, entre os 92 clubes das quatro primeiras divisões inglesas, apenas 44 possuem seus dois uniformes à venda para o público. Outros 22 possuem apenas a camisa principal - casos de Liverpool e Chelsea - e 19 não possuem nenhum dos dois à venda em seus sites oficiais. O Leeds United, time da primeira divisão inglesa, é um destes que ainda não anunciaram seus uniformes novos para a temporada, que se inicia no fim de semana. A alegação para isso é que os produtos ainda estão sendo fabricados e não foram entregues.

Em amistoso contra o Crystal Palace, disputado na Austrália na última sexta-feira, o Leeds utilizou o mesmo uniforme da última temporada, em que se salvou do rebaixamento na rodada derradeira. A adidas, fabricante dos uniformes da equipe, afirmou à BBC que segue lidando com os problemas de infraestrutura a nível mundial.

"Como muitas outras indústrias, continuamos a ser confrontados com capacidades limitadas portuárias e de transporte. Entendemos a frustração sentida pelos torcedores neste momento e trabalhamos em estreita colaboração com nossos clubes parceiros para encontrar a melhor solução para entregar os produtos o mais rapidamente possível", informou a empresa.

Esse problema logístico foi impulsionado pela situação sanitária na China, país  que é a principal fornecedora de material esportivo no mundo. Após novo aumento de casos de covid-19 em abril deste ano no país, 260 milhões de chineses passam por algum tipo de lockdown, que impactou a logística do setor industrial e de transportes. Xangai, capital financeira da China, realiza testes em massa de seus cidadãos nesta semana. O próprio futebol local vive numa bolha ainda.

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Carl Davies, que atualmente é CEO da varejista Perry Ellis Europe, afirmou ao The Athletic, que o poliéster, principal componente das camisas modernas, é uma das razões pela baixa produção de uniformes de futebol. "Os kits de futebol são feitos de poliéster e um emblema geralmente feito de um tecido diferente, como algodão. A maior área de fabricação de poliéster é a China. O segundo é o Vietnã, mas ambos estiveram em lockdown nos últimos meses".

Venda dos uniformes de times europeus

A falta de uniformes afeta diretamente os torcedores apaixonados. Durante esse período de férias, os lançamentos das novas camisas impulsionam as vendas. Mesmo que os clubes não recebam boa parte desse retorno - apenas 7% do lucro vai para as equipes -, alguns dos fãs enxergam como um "ritual" a compra dos uniformes a cada nova temporada.

Sandy Domingos-Shipley, torcedora do Leeds, lamentou a falta dos novos kits em depoimento à BBC. "Para as crianças, esse momento (de comprar as camisas) foi arruinado. Não faz sentido (a falta de uniformes) porque é quando você sabe que vai conseguir que muitas pessoas interessadas comprem o uniforme".

Em amistoso contra o Crystal Palace, o Leeds vestiu os mesmos uniformes utilizados na última temporada. Foto: Trevor Collens / AFP

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Além de não ter camisas à venda, outros clubes, em especial nas divisões inferiores da Inglaterra, onde está o futebol mais badalado do mundo, não possuem equipamentos para utilizar em suas partidas, há menos de uma semana para o início das competições. A Championship, a segunda divisão na Inglaterra, tem início neste fim de semana e o Sheffield United, que enfrenta o Watford na primeira rodada, ainda não tem seus uniformes para 2022/23.

Uniformes das equipes no Brasil

Esse problema não é isolado da Inglaterra. No Brasil, a Puma, fabricante e patrocinadora de clubes como Manchester City, Milan e Borussia Dortmund, ainda não colocou os uniformes desta temporada à venda em seu site oficial. Além disso, desde dezembro há falta de certas camisas, como a reserva do City do último ano, à venda no país.

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A Netshoes, empresa brasileira de comércio eletrônico de artigos esportivos, também não consta com os novos modelos à venda em seu site e aplicativo. Em 2019, a Puma fez um relançamento de seu site para o Brasil, após novas parcerias com Manchester City e Palmeiras, firmadas naquele ano.