
16 de março de 2016 | 07h00
Depois de muita polêmica, o presidente interino da CBF, Antônio Carlos Nunes de Lima, é esperado na tarde desta quarta-feira CPI do Futebol. Ele garantiu que irá comparecer à sessão. Foi convocado pelo presidente da comissão, o senador Romário (PSB-RJ), que chegou arequerer a condução coercitiva do dirigente.
Nunes será ouvido na condição de testemunha. A ele serão colocadas questões sobre decisões administrativas tomadas na CBF nos últimos meses, entre outras questões - ele é um dos vice-presidentes da entidade.
A prometida ida de Nunes à CPI ocorre depois de várias manobras, que envolveram até a concessão de uma liminar em favor do cartola paraense. Inicialmente, ele havia sido convidado a comparecer. Não foi e acabou convocado para a sessão de 2 de março. Porém, não apareceu novamente, alegando ter de preparar-se para participar da convocação da seleção brasileira para os jogos contra Uruguai e Paraguai, pelas Eliminatórias, ocorrida no dia 3.
A ausência irritou Romário que, então, pediu que Nunes fosse levado por agentes policiais à sessão desta quarta-feira (16). Mas ele
defendeu-se, alegando que havia enviado correspondência à CPI colocando-se à disposição para ir à comissão espontaneamente em outra data a partir de 11 de março.
Este foi dos argumentos utilizados pelos advogados de Nunes no pedido de liminar feito à Justiça para livrá-lo da condução coercitiva. Na quarta-feira passada, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou o pedido. Mas a presença do dirigente na reunião da CPI permanece sendo obrigatória.
Zavascki também desobrigou Nunes de assinar o termo de compromisso para dizer a verdade – não poderá ser preso por isso - e deu a ele o direito de ser assistido por um advogado durante a sessão, além de poder se comunicar com ele.
Convocações
Além de ouvir Nunes, a CPI do Futebol tem programado votar nesta quarta-feira 11 requerimentos, entre eles a convocação do ex-
presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para depor. O empresário Wagner Abrahão, do Grupo Águia, responsável há anos pelas viagens e hospedagem da seleção brasileira, poderá ser convocado para depor na condição de testemunha, se for aprovado requerimento neste sentido.
A CPI também poderá decidir pela convocação, entre outros, do atual diretor financeiro e de gestão da CBF, Rogério Caboclo, do ex-
secretário geral da entidade, Julio Avelleda, e do ex-tesoureiro, Ariberto Pereira dos Santos Filho.
Carolina Galan, a ex-namorada do presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, igualmente poderá ter o pedido de convocação apreciado.
Também está em pauta na sessão da tarde desta quarta-feira a autorização da assistência jurídica mútua em matéria penal entre a CPI e autoridades uruguaias que trabalham na investigação, processamento e julgamento dos responsáveis por fraudes na Conmebol. O objetivo é o de promover um intercâmbio de documentos, relatórios, informações e outros elementos que estejam relacionados com a CBF e com o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL).
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