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CPI pode levar 17 ao banco dos réus

A poucos meses da Copa, a CPI do Futebol apresentou nesta 3ª relatório que poderá levar ao banco dos reús 17 homens que controlam o esporte no País.

Por Agencia Estado
Atualização:

A poucos meses da Copa do Mundo, a CPI do Futebol apresentou nesta terça-feira relatório que poderá levar ao banco dos reús 17 homens que controlam o esporte no País. Eles têm em comum, segundo a comissão, o fato de terem supostamente enriquecido a custa de desvios de recursos de clubes e federações. A lista de dirigentes citados é encabeçada pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, acusado de cometer irregularidades em 27 casos, como sonegação fiscal, evasão de divisas e apropriação indébita. Por meio de sua assessoria, Ricardo Teixeira disse que só vai comentar as conclusões da CPI após a votação do relatório para evitar que suas palavras sejam entendidas como uma "intromissão" ao trabalho dos senadores. "Em futebol, o único cego é o que só vê a bola." Esta frase, dita nos anos 50 pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, foi usada pelo relator da CPI, Geraldo Althoff (PFL-SC), para iniciar a leitura das 1.600 páginas do relatório. O documento pede ao Ministério Público o indiciamento dos presidentes de federações Eduardo José Farah (São Paulo), Eduardo Viana (Rio) e Elmer Guilherme Ferreira (Minas). A lista inclui ainda: o deputado e presidente do Vasco, Eurico Miranda (PPB-RJ); o ex-presidente do Santos Samir Abdul-Hak; o técnico do Corinthians, Vanderlei Luxemburgo; o presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva; o ex-presidente do Flamengo, Dunshee de Abranches, os ex-dirigentes vascaínos Antônio Soares Calçada, Paulo Reis e Mário Cupello. Na relação ainda aparecem os dirigentes da Federação Paulista, Pedro Yves Simão e José Paulo Fernandes; os dirigentes da CBF José Salim e Marco Antônio Teixeira; e o empresário Reinaldo Pitta. Depois de 14 meses de investigações, o relatório das apurações da CPI do Senado será votado nesta terça-feira pelos 13 integrantes da comissão. E deverá ser aprovado por ampla maioria. O Ministério Público poderá acionar a polícia para dar prosseguimento às investigações do Senado ou entrar imediatamente com pedido de indiciamento na Justiça, caso encontrar indícios suficientes para entrar com a denúncia. A "bancada da bola", como é chamado o grupo de senadores simpatizantes da CBF, se esvaziou nos últimos dias. Antes da leitura do relatório, o senador Gérson Camata (PMDB-ES) pediu a palavra para deixar claro que votaria a favor do relator Althoff. Quando o presidente da CBF depôs no Senado, Camata foi o único parlamentar a aplaudi-lo. Nas contas do senador Geraldo Althoff, dos 12 integrantes da CPI com direito a voto, apenas dois deverão votar contra o relatório: os senadores Gilvan Borges (PMDB-AP) e João Alberto (PMDB-MA). Denúncias - O relatório da CPI detalha denúncias que já eram conhecidas. A comissão compara, por exemplo, as operações suspeitas do técnico do Corinthians Vanderlei Luxemburgo ao "retrato da desorganização do futebol brasileiro". A CPI pediu o indiciamento do técnico por crimes contra o sistema tributário. O mais gritante depois, de acordo com os senadores, é a sonegação de R$ 10 milhões de um total de R$ 18 milhões movimentados em suas contas bancárias no período de seis anos. A comissão também levanta a suspeita de que Luxemburgo teria recebido comissões na transação e convocação de jogadores. O indício maior seria o fato de ele ter recebido rendimentos de origem desconhecida, na maior parte em dinheiro vivo. FLAMENGO - A CPI pede ao Ministério Público que continue as investigações contra o Clube de Regatas Flamengo. O clube carioca, segundo o relator da comissão, foi um dos que mais tentaram boicotar os trabalhos de investigação. Seus dirigentes são suspeitos de crime de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, apropriação indébita e contra a ordem tributária. O atual presidente, Edmundo dos Santos Silva, é acusado de falso testemunho quando depôs no Senado.

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