Publicidade

CPI recebe relatório sobre Aremithas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A CPI do Futebol recebeu nesta quarta-feira o relatório elaborado pela junta médica que foi ao Rio de Janeiro, analisar as condições de saúde do funcionário do Vasco da Gama Aremithas José de Lima, que deveria ter prestado depoimento, na última quinta-feira, sobre o depósito de R$ 2,03 milhões, em sua conta bancária, pela Vasco Licenciamentos S/A. Na ocasião, Lima enviou uma declaração assinada pela médica Heloísa Carlos da Rocha, informando que havia sofrido um "infarto agudo do miocárdio", devendo permanecer "por período indeterminado, afastado de qualquer tipo de atividade física ou laborativa" que provoque "stress físico e/ou mental, até merecer avaliação médica". No Rio de Janeiro, a diligência, enviada pelo Senado, chefiada pelo médico Antonio Carlos Amorim da Costa, se reuniu com a médica Heloísa Carlos da Rocha que confirmou ser sua a declaração médica em nome de Aremithas José de Lima, fornecida "por solicitação do dr. Manoel Moutinho, médico do Vasco da Gama, para fins trabalhistas" e não pelo paciente. Heloísa Carlos da Rocha disse, segundo o relatório, que forneceu "a declaração médica encaminhada ao Senado Federal baseando-se no prontuário médico da internação", e que examinou o paciente "apenas no dia seguinte". Estiveram presentes, também, o advogado do Senado, Luiz Augusto dos Santos; o delegado da Polícia Federal, Luiz Carlos de Oliveira Zubcov e o médico Cantídio Lima Vieira. Após essa reunião, os médicos do Senado acharam mais seguro examinar o prontuário de Aremithas José de Lima quando ficou constatado que a médica Heloísa Carlos da Rocha não havia feito "o registro no prontuário médico" dos exames clínicos realizados em Lima. O relatório da junta médica à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol atesta que "os números de registro dos exames laboratoriais, escritos à mão não correspondiam aos números dos resultados impressos pelo computador do laboratório do próprio hospital" (Hospital de Clínicas Dr. Aloan). Apesar "do erro de numeração", diz o relatório, "afiguram-se compatíveis com o quadro clínico descrito." A perícia concluiu, também que a "emissão de um relatório Médico no dia 06/03/2001, pela dra. Heloísa Carlos da Rocha para fins de afastamento do trabalho sem o devido exame clínico, tendo decorrido quase um mês do evento e sem o conhecimento da ocupação funcional", de Aremithas José de Lima. Constatou-se que o relatório médico da médica foi emitido mesmo sem ela haver participado "do tratamento e não tinha examinado" o paciente "até o dia 06/03/2001. O relatório conclui que Heloísa deu o atestado médico ao funcionário do Vasco "sem o devido registro clínico e sem a solicitação de exames para elucidar o quadro clínico, mesmo depois de toda a divulgação do caso na imprensa, e considerando que o sr. Aremithas José de Lima havia tido alta do hospital a pedido, e não por recomendação médica." Em depoimento à CPI, na terça-feira, o ex-presidente do Vasco, Antonio Soares Calçada, foi legal uma vez que, segundo ele, "a contabilidade do Vasco estava bloqueada e o clube necessitava de dinheiro para comprar alimentos para os jogadores" das escolinhas do clube. Durante o depoimento de Calçada, ficou evidente que Aremithas José de Lima, funcionário do Departamento de Futebol Amador do Vasco, é a mesma pessoa que assinou um cheque da empresa Brazilian Soccer, de propriedade de Nilson Gonçalves e de Sérgio Farias. A Brazilian Soccer tem procurações de vários jogadores amadores do Vasco da Gama. Segundo Calçada, Nilson Gonçalves é funcionário do Vasco e está prestando serviços à Seleção Brasileira amadora. Para chegar a esta conclusão, o senador Geraldo Althoff (PFL-SC) comparou a assinatura do cheque da Brazilian Soccer com um cheque da conta pessoal de Aremithas e a declaração que o funcionário do Vasco encaminhou à CPI. Na CPI, ainda não há data para o depoimento de Aremithas José de Lima, mas o relator Althoff deixou claro que "por enquanto não há a menor condição da CPI ouvir Aremithas".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.