Craques do futebol serão alvo de antidoping, diz Wada

Agência não concorda com pedidos da Fifa e diz que atletas terão de prestar esclarecimentos mesmo nas férias

PUBLICIDADE

Por KAROLOS GROHMANN
Atualização:

Os melhores jogadores de futebol do mundo não estão acima das regras contra o doping e ficarão o ano todo disponíveis para exames, disse nesta quarta-feira a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Rejeitando críticas da Fifa a respeito da "regra do paradeiro", a Wada disse que a Fifa até agora vinha cumprindo com o código mundial antidoping, e que não há divergências na interpretação da regra. Fontes disseram que o presidente da Wada, John Fahey, vai se reunir nos próximos dias com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, que rejeitou repetidamente a regra e chama a Wada de organização "policial". "Não há discrepância no que estamos dizendo. A Fifa atualmente está cumprindo, e não há diferença de opinião", disse o diretor-geral da Wada, David Howman, durante uma conferência sobre doping. Há alguns dias, a Wada negou que tivesse cedido à Fifa ao atenuar sua "regra do paradeiro", que exige que os atletas avisem onde estarão durante uma hora todos os dia. A Fifa e a Uefa pressionam por mudanças, argumentando que a regra é injusta e deveria valer só para os times, e não para os jogadores individualmente. "Se um jogador está de férias e não está registrado pelo time, aí ele poderia ser colocado no grupo registrado para exames por sua agência nacional antidoping", disse Howman. Segundo ele, jogadores expressivos constam na lista das federações e também na lista da Fifa, e por isso têm de fornecer detalhes sobre onde se encontram. "Michael Ballack, por exemplo, está na lista alemã como membro da seleção. Então ele tem de fornecer detalhes não só como parte da equipe do Chelsea, mas também como indivíduo, o ano todo." Arne Ljungqvist, vice-presidente da Wada e médico-chefe do Comitê Olímpico Internacional (COI), disse que o processo geral, que se aplica a todas as equipes esportivas, deve ser revisto ao final do ano. "Estou satisfeito com a forma como o processo tem andando, e vamos revê-lo no final do ano", afirmou. A Fifa havia solicitado que exames fora de competição ocorressem apenas nas instalações dos clubes, e que os jogadores não fossem testados durante suas férias, para proteger sua privacidade.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.