
30 de junho de 2018 | 20h25
Adeus, Cristiano Ronaldo. Adiós, Messi. No mesmo dia a Copa do Mundo se despediu das duas maiores estrelas do futebol mundial na última década. As derrotas deste sábado de Portugal por 2 a 1 para o Uruguai, em Sochi, e da Argentina por 4 a 3 para França, em Kazan, podem fazer com que os maiores craques recentes do futebol não participem mais do torneio.
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As duas estrelas talvez não estejam mais juntas na Copa daqui quatro anos, no Catar. Cristiano Ronaldo estará com 37 anos e Messi com 35. Desde 2008 só os dois ganharam os prêmios de melhor do mundo da Fifa e há o risco de nos próximos anos não conseguirem manter o mesmo nível técnico.
Os dois craques se despediram da quarta Copa da carreira no mesmo dia. Tanto a Argentina de Messi como Portugal de Cristiano Ronaldo erraram ao apostar tudo na individualidade de um craque só. Por isso, sucumbiram diante de coletivos mais fortes, como a juventude e a velocidade francesas e a solidez defensiva do Uruguai.
Segundo o técnico de Portugal, Fernando Santos, a queda na Copa não vai significar o fim de Cristiano Ronaldo na seleção. “Seguramente ele vai continuar, pois tem muito para dar. Queremos que ele esteja conosco para ajudar os mais novos a crescer. Temos uma equipe muito jovem e é importante que o capitão esteja presente. Ele sempre disse que sim nestas horas”, afirmou.
O camisa 7 foi enigmático ao projetar o próximo ciclo. “A competição foi boa, estou orgulhoso do meu trabalho individual. A seleção seguirá. Haverá oportunidades para falar do futuro. Portugal continuará a ser uma das melhores seleções do mundo. Temos um grupo fantástico, jovem, com ambição de triunfar. Estou confiante.”
A dúvida na Argentina sobre Messi é um pouco maior. O camisa 10 já chegou a anunciar sua despedida da seleção em 2016, pouco depois da derrota na final da Copa América Centenário, quando perdeu um pênalti. O jogador voltou atrás. Porém, o elenco vive um momento delicado e de despedidas. O grande parceiro de Messi, o volante Mascherano, anunciou a aposentadoria, assim com o volante Biglia.
“É tempo de dizer adeus e hora de dar chances para os mais novos. A partir de agora sou só torcedor”, disse Mascherano, conhecido como “Chefinho” na seleção. Questionado sobre a situação futura da Argentina, o técnico Jorge Sampaoli falou sobre si mesmo. “Apesar da dor e da frustração, estou onde sempre quis estar e não vou dar um passo para trás”, afirmou.
Cristiano Ronaldo e Messi tiveram falhas em comum neste Mundial. Ambos perderam pênaltis e não conseguiram levar suas seleções ao primeiro lugar na fase de grupos. O impacto disso foi ter cruzamentos mais difíceis nas oitavas de final, quando os dois não marcaram. O português se destacou na Copa com quatro gols nas duas primeiras partidas. O argentino só anotou uma vez.
Os dois eram jovens promessas quando disputaram a primeira Copa, em 2006. Cada um fez um gol, porém Cristiano Ronaldo foi mais longe, com a semifinal. Quatro anos depois os dois tiveram atuações discretas na África do Sul e pouco ajudaram suas equipes. No Brasil, em 2014, parecia ser a Copa de Messi. O português foi embora na primeira fase, enquanto o argentino fez quatro gols e teve nos pés a chance de abrir o placar na final. Não converteu. E o título foi para a Alemanha.
Se os dois tivessem triunfado neste sábado, estariam frente a frente nas quartas de final, na próxima sexta-feira. O Mundial da Rússia certamente perdeu a oportunidade de ver esse enfrentamento inédito. Pela situação dos dois craques, é possível que não exista uma nova chance.
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