Criticado, Luan desabafa e diz que não quer mais jogar no Palmeiras

Atacante se irrita com vaias logo no primeiro jogo do ano e revela que vai pedir liberação

SÃO PAULO - O ano mudou, mas os hábitos de boa parte da torcida do Palmeiras, não. Vaiar e criticar o atacante Luan parece ter se tornado algo corriqueiro para os torcedores e após tantas vaias e ser responsabilizado por alguns dos tropeços da equipe na temporada, o jogador cansou e admite, em entrevista ao Estado, que não pretende mais jogar no Palmeiras.“Dessa forma eu não aguento mais. Não dá para continuar no Palmeiras. Se a torcida não me quer, temos de facilitar para que todo mundo seja feliz. Não tenho preferência por um clube. Só quero que tudo dê certo e que eu seja feliz em outro lugar”, disse Luan.A irritação do jogador e de seu empresário, o ex-atacante Magrão, é que Internacional, Fluminense e Atlético-MG têm interesse na sua contratação e o Palmeiras pede 4 milhões de euros (R$ 10,8 milhões) para liberá-lo em definitivo, sem cogitar um eventual empréstimo. O valor é considerado muito alto até mesmo pelo empresário de Luan, que foi contratado por 3,2 milhões de euros em agosto de 2011 (R$ 7 milhões na época). Por isso, o atacante vai conversar com o novo presidente e pedirá para ser negociado. “Vou conversar com quem assumir, porque quero entrar em um acordo e tentar algo bom para os dois lados.”O fato é que após 113 jogos pelo clube, 21 gols marcados e ter terminado o Brasileiro de 2011 como artilheiro da equipe, com nove gols, Luan cansou de ser xingado e ridicularizado pela torcida. Elogiado pelo técnico Luiz Felipe Scolari e considerado um jogador útil por Gilson Kleina, o atacante sempre viveu uma relação de muito mais ódio do que amor com parte da torcida. “Eu sou ser humano. Tem horas que magoa bastante tanta crítica e isso faz o nosso rendimento cair. Parece que tudo é culpa minha. Se eu não entrar com alegria em campo, não darei o meu melhor e prefiro sair antes de perder a alegria total”, explicou.DÚVIDALuan garante que não vai se negar a jogar, caso Kleina o escale. Apenas deixará claro que está cansado e que pretende sair. Nesta terça, ele deve conversar com o treinador para definir se vai enfrentar ou não o Oeste, quarta, pela segunda rodada do Paulistão. “Se não der certo a minha saída, paciência. Vou continuar respeitando o Palmeiras, como sempre fiz e tentar mostrar o meu trabalho”, disse.