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?Croata?, Eduardo enfrenta o Brasil

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Por Agencia Estado
Atualização:

Jogador nascido no Brasil atuando por uma seleção de outro país tornou-se algo comum. Até a seleção da Croácia tem um. É Eduardo da Silva, 22 anos, atacante do Dínamo de Zagreb. No Brasil, poucos conhecem Dudu, como esse carioca de Vila Kennedy tenta ser chamado - os croatas insistem em não considerar seu apelido. É que Dudu está no país dos Bálcãs desde aos 16 anos e pretende continuar por muito tempo ainda. ?Foi aqui que comecei a carreira e é aqui que eu pretendo terminar. Estou casado (a mulher, croata, se chama Andréa) e meu filho vem por ai. Aqui é um lugar bom, tranqüilo, o problema é o inverno?, disse Eduardo nesta terça-feira, após o treino da seleção da Croácia. Mas quem é Eduardo, ou Dudu. Sua história é curiosa. Ele foi revelado no campeonato de favelas, promovido pela CBF, em 1996. Garoto pobre, cheio de esperanças, o vascaíno arranjou, por conta do sucesso no campeonato, um teste no Flamengo. Não chegou a ir à Gávea. Numa pelada realizada todas as quartas-feiras em Campo Grande, bairro do subúrbio carioca, promovida por empresários, Eduardo foi descoberto por um deles. Recebeu o convite para jogar na Croácia. Não sabia inglês, imagine croata. Mas disse sim quase que imediatamente e hoje é um dos ídolos do Dínamo de Zagreb e titular da seleção sub-23 do país - para a principal, é sua terceira convocação. ?No começo fui difícil. Eu não agüentava sentir frio, andar na neve. E estava sozinho. Mas agora estou totalmente adaptado?, diz o atacante, que no final do ano vai receber a visita da mãe, Joelma, pela segunda vez desde que se mudou para a Croácia. ?Eu passei 20 dias com ele em 2003. Foi em dezembro, no inverno, e o frio foi grande. Tenho saudade, mas ele está fazendo a vida lá, então, deve ficar?, disse Joelma ao Estado. Eduardo está adaptado fora e dentro do campo. Seus primeiros anos no Dínamo, nas categorias de base, foram complicados. Ele não se destacou e acabou emprestado ao Inter Zapresic. Voltou mais experiente e tornou-se um dos principais jogadores da equipe. Hoje, porém, ele vai ficar no banco contra e espera entrar no segundo tempo. Vai ser diferente enfrentar o Brasil. ?Não vai ser fácil, mas sou profissional. Aqui eu tive chance, por isso me naturalizei?, disse Dudu, que tem Romário como ídolo e hoje, na hora da troca de camisa, se puder escolher, pegará a de Adriano. Elogiado pelo técnico Zlatko Kranjcar, para quem Eduardo mereceu a convocação e tem tudo para evoluir, o atacante sonha, como todo bom brasileiro, em jogar no exterior. Em um país europeu, claro. ?Já tive proposta do Ajax, do Sochaux, mas meu empresário achou melhor eu ficar?, disse Eduardo que, segundo se comenta, ganha 15 mil dólares por mês. ?Na hora certa, eu saio. Mas vou encerrar a carreira na Croácia.?

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