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Cruzeiro já pensa em novo treinador

Scolari diz que ainda não recebeu convite para substituir Leão na seleção, mas o clube mineiro já se prepara para a possível saída do técnico.

Por Agencia Estado
Atualização:

O técnico do Cruzeiro, Luiz Felipe Scolari, voltou a negar nesta segunda-feira que tenha recebido convite da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para assumir o lugar de Émerson Leão no comando da seleção, mas isso não impediu os dirigentes do clube mineiro de já falarem em um eventual substituto para o treinador. No final da manhã, após o primeiro turno do treinamento do Cruzeiro, Felipão insistiu na inexistência de possíveis conversas com representantes da CBF, embora tenha admitido que, caso fosse consultado, aceitaria discutir o assunto. "Não recebi convite de ninguém e não converso sobre hipóteses", disse Felipão, que já tinha sido sondado para assumir o time do Brasil no final do ano passado, quando Wanderley Luxemburgo foi dispensado. Questionado se concordaria em pelo menos estudar a ida para a seleção, no entanto, ele foi claro: "Estou disposto a conversar com todo o mundo, recebo as pessoas na Toca, recebo meus amigos, não tenho porque me esconder de ninguém." O presidente do Cruzeiro, José Perrella de Oliveira Costa, também garantiu não ter sido procurado por representantes da CBF, mas acrescentou que, se isto ocorrer e Scolari aceitar um convite, o clube não colocaria objeções. "O contrato não reza multa", explicou o dirigente, referindo-se ao compromisso firmado em julho do ano passado entre o treinador e o clube e que tem término previsto para dezembro de 2002. "Da primeira vez que ele recebeu o convite (da CBF), deixei-o à vontade para decidir e, se houver essa segunda vez, é a mesma condição. Não estamos aqui para atrapalhar a vida de ninguém", completou Perrella. De acordo com o dirigente, a saída de Scolari representaria um desfalque importante para o clube e seus planos de conquistar pela primeira vez o Campeonato Brasileiro. Mas o problema poderia ser contornado. "Caso isto (o convite) ocorra, vamos tentar conciliar (mantendo Scolari na seleção e também no Cruzeiro) e, se não der, temos treinadores que poderiam vir: temos aí o Vadão (Osvaldo Alvarez), o Paulo César Carpegiani e o próprio Leão, nomes que me vêm à cabeça e estão desempregados", afirmou o presidente. A possibilidade de conciliação, no entanto, foi afastada pelo próprio Scolari. Segundo ele, acumular postos com "dois senhores" seria prejudicial a ambos os trabalhos. "Quando se trabalha 30 dias num local e três dias no outro, pode ser compatível, mas quando não existe essa possibilidade, dificilmente um técnico serviria a dois senhores ao mesmo tempo, com a mesma qualidade e sem problemas", afirmou o treinador. Rumores - Apesar da negativa de Scolari, boatos que circularam na Toca da Raposa nesta segunda-feira, quando o Cruzeiro treinou em regime de concentração, de 8h às 20h, davam conta de que o diretor da CBF, Marco Antônio Teixeira, estaria em Belo Horizonte e, provavelmente, jantaria com o treinador para oficializar um convite. No ano passado, quando também foi procurado pela CBF para assumir a seleção, Scolari teria recusado por dois motivos: um deles seria a questão salarial - receberia menos de um terço do que ele ganha no Cruzeiro (cerca de R$ 300 mil) - e o outro, a estrutura de trabalho proposta. O próprio Felipão declarou que não aceitaria estar submetido a um coordenador técnico, cargo exercido por Antônio Lopes.

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