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Opinião|Cuca e Hulk não são os mesmos de 2021 e a eliminação para o Palmeiras vai assombrá-los para sempre

Treinador não consegue dar liga ao Atlético-MG como fez no ano passado, quando o time ganhou a Copa do Brasil e o Brasileirão com seu atacante em destaque: empate no tempo normal com dois jogadores a mais pesa contra eles

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

A volta de Cuca ao Atlético-MG não deu certo. Aquela química entre elenco, torcida e treinador festejada na temporada passada ficou na temporada passada. Cuca tem fisionomia cansada e parece não estar feliz no trabalho. A diretoria imaginou que sua volta ao clube, por si só, já daria a certeza de que o time mudaria de lugar na prateleira. E isso não aconteceu. Mesmo com quase todos os jogadores que foram campeões da Copa do Brasil e do Brasileirão no elenco, com Hulk sendo o principal deles, Cuca não faz esse Atlético andar. O time jogou boa parte do tempo contra o Palmeiras com dois homens a mais. Para o torcedor, isso é imperdoável. O atacante, após o fracasso diante do rival paulista na Libertadores, foi o primeiro a sair em defesa do Atlético.

Hulk admitiu que o time sentiu a eliminação, mas rebateu aqueles que cobram demais da equipe. Disse que "não é porque perdemos que somos uns merdas". Ele explicou as dificuldades do elenco e disse que não se pode jogar fora ou esquecer tudo o que o Atlético-MG fez no ano passado. Hulk perdeu uma das melhores chances do time contra o Palmeiras, no fim do segundo tempo, quando recebeu de Vargas e mandou a bola para fora.

O Palmeiras levou a melhor sobre o Atlético-MG e Cuca mais uma vez foi superado por Abel Ferreira. Foto: Pedro Souza/Atlético

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Pesa ainda para Cuca o fato de ele não conseguir recuperar o bom futebol dos jogadores que tanto conhece. O time tem apanhado feio no Brasileirão e mantém distância de 13 pontos do líder Palmeiras após 21 partidas. O Atlético ocupa a sétima colocação, não mostra forças sequer para se aproximar da parte de cima da tabela. No fim de semana, por exemplo, perdeu em casa para o Athletico-PR, de Felipão, por 3 a 2. Isso era inimaginável na temporada passada. 

O torcedor está no pé do treinador. A cobrança já existe e vai aumentar após a eliminação na Libertadores, não apenas pelo fato de cair diante de um rival considerado um dos melhores do Brasil, mas por não ter conseguido vencer um jogo com dois jogadores a mais, após as expulsões de Danilo e Scarpa, dois dos principais atletas do Palmeiras, marcadores implacáveis e perigosos na frente. Essa eliminação vai assombrar Cuca para sempre, mesmo com todas as suas superstições.

A viagem de volta para Minas foi dolorosa para o Atlético, mas muito mais para seu treinador, que nem de longe é o mesmo da temporada passada, quando esbanjava entusiasmo e alegria e não tinha a menor dúvida de que a equipe chegaria a algum lugar. Terá de juntar os cacos rapidamente e tentar reagir na única competição que restou, o Brasileirão. Se não para brigar pelo título, ao menos para estar entre os seis primeiros que vão para a Libertadores do ano que vem, com ou sem Cuca, cujo contrato termina em dezembro.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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