Dedê passa mal ao ser convocado

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Por Agencia Estado
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O lateral-esquerdo Dedê, do Borussia Dortmund, passou mal e teve de ser amparado por amigos ao ser informado que seu nome constava da lista de convocados do técnico Carlos Alberto Parreira para o amistoso do Brasil com a Hungria, dia 28. "Tive uma tremedeira nas pernas, pedi um copo d?água e até senti falta de ar", contou o jogador, por telefone, à Agência Estado. Ele disputava uma partida de sinuca num clube próximo de sua casa, com seu colega Ewerthon, ex-atacante do Corinthians e atualmente no Borussia. "A Cláudia (funcionária da Confederação Brasileira de Futebol) me telefonou para avisar, fiquei paralisado, como quem tivesse recebido uma alta dose de anestesia." Em seguida, Dedê foi para casa e comemorou a convocação com os parentes. Primeiro, tratou de entrar em contato com seus pais, Vicente e Maria Alice, que moram em Minas Gerais. "O telefone então não parou mais de tocar. Estou nesse ritmo já faz 24 horas, são ligações do meu clube, de amigos e da família, de jornalistas de várias partes do mundo." Ao saber da reação de Dedê, Parreira também ficou entusiasmado. Disse que a seleção brasileira tem o poder de avivar alguns sentimentos mais reservados. "A gente sabe que essas manifestações existem. Mas ninguém fala abertamente. Gostei muito da honestidade, do gesto espontâneo do Dedê ao contar isso." Dedê começou sua carreira no Atlético-MG, em 1996. Dois anos depois, seguiu para o Borussia. Ele já esteve na seleção outras vezes. Em 1999, Vanderlei Luxemburgo o chamou para integrar o grupo em dois amistosos contra a Holanda, em Goiânia e Salvador. Não chegou a atuar em nenhum deles. No ano seguinte, foi relacionado para duas partidas com a Austrália, pela seleção pré-olímpica. Na primeira, contundiu-se com apenas dez minutos de jogo. Por quatro anos ficou fora das listas divulgadas na CBF. "É uma grande vitória voltar à seleção mais cobiçada do mundo." Ele sabe que deve ser reserva de Roberto Carlos no amistoso com a Hungria. O que não o incomoda. Afirmou que a posição de lateral-esquerdo é muito concorrida na seleção e citou alguns candidatos para o setor, como Athirson, do Flamengo, Fábio Aurélio, do Valencia, e o próprio Júnior, do Siena, que até então vinha fazendo parte da seleção. "É claro que o Roberto é o titular e ele merece isso." O atleta do Borussia completa 26 anos no domingo e vai festejar a data ao lado de três irmãos, todos jogadores de futebol: Lucas, Lúcio e Leandro - este também lateral-esquerdo e seu reserva no Borussia. Ao ser perguntado sobre a hipótese de um dia vir a dividir a seleção brasileira com Leandro, teve resposta rápida. "Sonhar é bom. Mas assim já é demais, já deixa de ser sonho." Dedê, ou Leonardo de Deus Santos, tem outro irmão em atividade no futebol: Levi, contratado pelo Atlético-MG. A fama do novo convocado de Parreira é tão grande em Dortmund que seu site na Internet tem cerca de mil visitantes por dia. O texto da página está em alemão e, dependendo de seu sucesso na seleção, Dedê promete uma tradução para o português. Meses atrás, ele esteve por se transferir para o Catar, de onde recebeu uma proposta "muito boa". Pensou até em se naturalizar no país do Oriente Médio, a fim de poder participar do Mundial de 2006. Desistiu da mudança depois de refletir sobre seu futuro no futebol. "A recompensa veio agora. Não há dinheiro que pague fazer parte da seleção brasileira.?

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