A seleção de Gana parou neste domingo o bairro de Soweto, em Johannesburgo, dois dias depois de ter sido eliminada nas quartas de final da Copa do Mundo. Uma multidão recebeu as "Estrelas Negras" e festejou a equipe africana que foi mais longe no Mundial. Já nas primeiras horas da tarde, centenas de pessoas lotaram a famosa rua Vilakazi, onde residiu Nelson Mandela. Quando o ônibus ganense, com a frase "A esperança da África" pintada no vidro, passou pelo local e parou em frente à casa que já foi de Mandela, os moradores de Soweto caíram na farra e reverenciaram a delegação.Os atletas retribuíram o carinho, acenando para os sul-africanos. Kevin-Prince Boateng e Asamoah Gyan, que perdeu pênalti no último minuto da prorrogação contra o Uruguai, foram os mais ovacionados pelos fãs. Com isso, Gyan sentiu-se um pouco mais aliviado e até sorriu para os empolgados torcedores. Esta festa toda foi uma prova de que, mesmo com a eliminação, os ganenses deixam o Mundial com muito moral. "Eles representaram o continente e, ainda que não tenham se classificado, podem voltar pra casa com a fronte bem erguida", disse a Fundação Mandela, em um comunicado.A identificação dos sul-africanos com a seleção não aconteceu por acaso. As "Estrelas Negras", apesar de não contarem com a fama de outras seleções do continente, como Costa do Marfim e Camarões, por pouco não continuou a brigar pelo título. Com a equipe ainda na disputa, enquanto os demais africanos caíram na primeira fase, o continente passou a torcer pelos ganenses. Antes mesmo do jogo contra o Uruguai, o próprio Mandela já havia enviado uma mensagem aos atletas.Agora respeitada por todos, Gana almeja ir mais longe na próxima Copa, no Brasil. O goleiro Kingson despediu-se com confiança. "Até no nosso país ninguém esperava que pudéssemos ir tão longe. Chegamos muito perto, fomos infelizes, mas temos um bom futuro pela frente".