"Essas quadrilhas atuam no Brasil a mando dos asiáticos, aliciando jogadores de torneios como a Série A2 e A3 do Campeonato Paulista", disse Kelly Cristina, em entrevista coletiva. "Nas regiões Norte e Nordeste, os casos ainda estão sendo apurados. O inquérito vai continuar, esta é só uma primeira fase. Vamos deter esses indivíduos e ouvi-los para descobrirmos a real extensão dessas quadrilhas."
Em São Paulo, a operação foi realizada em São José do Rio Preto, Bauru, Sorocaba e São Paulo. Um dos presos é o ex-goleiro do América de Rio Preto, Carlos Henrique de Franco Luna. Mais prisões deverão ocorrer pois, segundo o DHPP (Delegacia Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoa), foram expedidos dez mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão.
A Operação Game Over teve início em 2015, depois que surgiram denúncias de tentativas de compra de resultados em partidas do Paulista da Série A2. "A operação ainda está sob sigilo judicial. Foi um inquérito instaurado pela delegacia a partir de uma requisição do Ministério Público, que começou no início do ano passado", explicou a delegada.
De acordo com ela, a quadrilha atuava na maior parte do tempo em São Paulo e no Rio de Janeiro em conjunto com outra quadrilha, que tem ramificações na China, Malásia e China. Ainda não há detalhes sobre esses criminosos asiáticos.
Kelly Cristina não descartou a possibilidade de campeonatos de divisões principais terem sido alvo dos manipuladores. "Ainda é a primeira fase da investigação, precisamos ouvir os detidos para avançarmos."
Há, por exemplo, suspeitas sobre partidas do Campeonato Carioca de 2013. Em São Paulo, dirigentes de vários clubes do interior disseram ter recebido proposta de integrantes da máfia: Barueri, América, São José, Assisense e Grêmio Catanduvense.