Emerson Sheik é ídolo dos corintianos pelos gols na final da Libertadores, contra o Boca Juniors, em 2012. Mas não deve mais vestir a camisa do clube, mesmo dispensado pelo Botafogo e ainda com contrato vigente no Parque São Jorge e com a obrigação de reapresentação em janeiro. O empresário do jogador, Reinaldo Pitta, até já foi notificado para que busque uma nova casa para esta reta final de temporada no mundo árabe. "O Corinthians não quer mais o Emerson", disse uma pessoa influente no clube. Dois atacantes experientes são avaliados e esperados para o próximo ano.
Emerson foi para o Botafogo justamente por não ter mais clima no Corinthians. Na época, o atacante até chegou a chamar o técnico Mano Menezes de mau-caráter após ter sido encostado pelo treinador, com quem certamente não teria espaço se retornasse ao elenco.
Nem mesmo a saída de Mano, praticamente confirmada pelo presidente Mário Gobbi ao SporTV na última segunda-feira, para o fim da temporada e um possível retorno de Tite, amante do futebol do atacante, mudariam as coisas. Isso pelo fato de Sheik ter "esquecido" de jogar bola no fim do ano passado, ainda com Tite no comando. O Corinthians ficou só a quatro pontos da zona de rebaixamento do Brasileirão.
O problema seria, então, como pagar pelos seis meses de contrato que o atacante tem ainda em vigor, com rendimentos de R$ 520 mil mensais. O Corinthians já estuda uma possibilidade de romper esse acordo. Emerson, porém, promete fazer jogo duro, assim como fez antes de ir para o Botafogo, mesmo com proposta do Grêmio. Na época, ele esnobou o interesse gaúcho e chegou a ironizar que estava satisfeito no Corinthians e que, com o que ganhava, "a comida da Cuta (macaca de estimação) estava garantida".
Mário Gobbi preferiu se esquivar do problema. "Até 31 de dezembro, ele tem vínculo com o Botafogo. Se não o quiserem por lá, vão ter de montar um esquema de treino para o jogador", disse o presidente corintiano. "Em janeiro, após as férias, ele volta ao Corinthians. Aí tem de ver se será aproveitado por nossa comissão técnica."
O presidente corintiano ainda cutucou Tite sobre a saída de Marquinhos, hoje zagueiro do Paris Saint-Germain, que o contratou a peso de ouro junto à Roma, primeiro destino do defensor após deixar o Parque São Jorge como uma promessa. "Disseram-me que ele não servia. Que expliquem agora."