Denúncias reforçam oposição a Eurico

O Movimento Unido Vascaíno (MUV) contratou o advogado Antônio Carlos Biscaia, ex-procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro para pedir a saída do dirigente.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Baseado nas diversas denúncias de irregularidades nas últimas gestões do Vasco, o Movimento Unido Vascaíno (MUV), corrente de oposição, iniciou o processo para tentar retirar Eurico Miranda do cargo de presidente do clube. O grupo contratou o advogado Antônio Carlos Biscaia, ex-procurador Geral de Justiça do Rio, para enfrentar o dirigente. A intenção do MUV é entrar na Justiça comum para pedir a saída de Eurico por descumprir o estatuto do clube. O processo de impeachment está praticamente descartado porque seria necessário obter uma maioria de votos no Conselho Deliberativo, onde a situação tem superioridade numérica. "É quase impossível porque o Eurico controla o Conselho Deliberativo", reconheceu Biscaia. O MUV tem poucos integrantes entre os conselheiros. "O caminho é o do judiciário, mas, nesse caso, é preciso ter provas. Se não ele vai ficar mais fortalecido", afirmou Biscaia. Após o carnaval, a oposição prometeu fornecer documentação que prove as denúncias contra Eurico. "Pela documentação que eles me falaram que possuem, podemos tirá-lo." Por enquanto, Biscaia recebeu apenas o estatuto do clube, no qual está baseando os seus estudos para iniciar o processo. Segundo o advogado, qualquer sócio tem o direito de pedir a saída do presidente por não ter cumprido o estatuto. "Toda pessoa que não tem o seu direito respeitado pode recorrer", disse. Para Biscaia, ainda é cedo para especificar qual será o tipo de ação a ser utilizada. Se confirmadas, as denúncias serão uma prova de que Eurico não seguiu a risca o estatuto. "Há um série de irregularidades, entre elas enriquecimento ilícito", lembrou. Além dos documentos fornecidos pela oposição, o advogado deve pedir ajuda às CPIs da Câmara e do Senado. O MUV procurou Biscaia na quarta-feira, depois de receber respostas negativas de vários advogados. O motivo para a recusa, segundo o ex-procurador do Estado, foi o medo de enfrentar um figura poderosa como Eurico, que é deputado federal pelo PPB-RJ. Biscaia, por sua vez, foi deputado estadual pelo PT e, hoje, está na suplência da câmara municipal do Rio.

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