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Depoimento de Teixeira é decisivo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Doações para campanhas eleitorais de deputados e senadores. Empréstimos considerados suspeitos para clubes, federações e entidades esportivas, além de um empréstimos de U$ 7 milhões junto ao Delta Bank, são algumas das dúvidas que a CPI da CBF/Nike quer passar a limpo amanhã, durante o depoimento do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. "Ou a gente de firma nesse depoimento, ou se acaba", profetiza o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), que admitiu haver passado todo o fim de semana analisando a documentação da CBF e a relação que ele considera "estranhíssima" com as federações. Nos documentos que estão em posse da comissão, os deputados constataram uma relação "de maternidade explícita", segundo confidenciou um deles, ao constatar que a CBF repassa dinheiro para federações, e muitos desses repasses, feitos em cheque, são descontados "na boca do caixa". Quando Ricardo Teixeira prestou depoimento na CPI do Futebol, no Senado, em 13 de dezembro de 2000, ele afirmou aos senadores que apenas os deputados Eurico Miranda (PPB-RJ) e Darciso Perondi (PMDB-RS) teriam recebido doações da CBF para suas campanhas eleitorais, em 98. "Eu considero normal essa ajuda porque todos os segmentos ajudam seus representantes, como médicos e engenheiros, por exemplo", admitiu Teixeira. "Por isso, a CBF contribuiu com as campanhas desses deputados". Agora , de posse da quebra de sigilos da CBF, a CPI sabe que os agraciados, com a ajuda da confederação, vão além. "Tem também senadores e outros deputados", confidenciou um parlamentar à Agência Estado. Outra "história sem explicação", na avaliação da CPI, foi uma série de empréstimos que a CBF tomou junto ao Delta Bank, de Nova York, que ultrapassam U$ 15 milhões. Em 20 de outubro de 98, a confederação emprestou do banco U$ 7 milhões, pelo prazo de 77 dias, pagando uma taxa de juros antecipada de 43,576% ao ano. Por este empréstimo, a CBF pagou R$ 300 mil de IOF (Imposto de Operações Financeiras) e Imposto de Renda. Em 21 de setembro do ano seguinte, um novo empréstimo foi tomado, no mesmo Delta Bank , no valor de U$ 3,708,281.83 no prazo de 360 dias, à taxa de 21% ao ano. Este empréstimo, segundo os números da CPI, custou R$ 739.596,21 de juros e R$ 246.606,95 de IOF e Imposto de Renda. Por fim, em 7 de setembro do ano passado, a CBF recorreu pela terceira vez ao Delta Bank, tomando U$ 4,5 milhões de empréstimo, com juros antecipados de 14,5% ao ano. Mas a CBF se justifica. Os empréstimos, no entender da entidade, praticou os mesmos juros "que estavam sendo usados em empréstimos daquele montante. Toda a transação feita via Banco Central". Durante o seu depoimento, Ricardo Teixeira estará municiado de avaliações feitas pela Bloomberg e Bankers Troust para justificar as transações. Já com relação às doações, a CBF se justifica. "Elas foram feitas com registro na Justiça Eleitoral".

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