Depoimento evidencia irregularidades

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Por Agencia Estado
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As irregularidades na contabilidade do Vasco foram mais uma vez evidenciada no depoimento prestado nesta terça-feira à noite pelo contador do clube Vanderlei Guilherme Doring. Ele disse que só exerceu a função entre 1971 e 1982, mas foi desmentindo pelo relator Geraldo Althoff (PFL-SC), que exibiu atas assinadas por ele em 1997, 1998 e 1999. Althoff também provou que Doring, há dois anos, participava das reuniões do conselho consultivo do clube. A exemplo do que fez o ex-presidente do clube, Antonio Soares Calçada, que depôs na semana passada, Doring disse que não se lembra dos valor da transação dos passes dos jogadores Bebeto, Romário e Edmundo. Nem mesmo na parte fechada do depoimento, ele se dispôs a colaborar com a comissão. Ainda assim, no entender dos senadores, ele revelou que cometeu os crimes de sonegação fiscal, ao não declarar ao fisco o salário de R$ 4,5 mil que recebe do Vasco; exercício ilegal de profissão, por não estar credenciado a atuar como contador, e perjúrio, ao mentir em vários pontos de seu depoimento, sobretudo para justificar procedimentos ilegais cometidos pelo clube. Althoff quis saber do que se tratava a importação no valor de US$ 11 milhões feita pelo Vasco em 1996 e 1997. Ele disse "imaginar" que se tratava de barcos para o departamento de remo do clube. Doring disse que atua como consultor do Vasco na área de informática e que só aparece no clube sábado à tarde e nas terças feiras. No demais dias úteis, ele trabalha como funcionário público estadual da Secretaria da Fazenda, o que impediria sua contratação pelo clube. Constrangido, ele reconheceu como sendo do presidente do Vasco, deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), a assinatura que endossou o cheque de US$110 mil emitido a favor do clube. Doring disse que esse dinheiro não entrou na contabilidade e que considerava o fato irregular. Sobre o R$2,030 milhões depositados pela Vasco Licenciamento na conta do funcionário Aremithas Lima, o contador disse que apenas R$1,4 milhão foi contabilizado. Ele não soube dizer o que aconteceu com os R$630 mil que não entrou no caixa do clube. Vanderlei Doring manteve a versão apresentada por Calçada, de que esse dinheiro serviria para comprar comida para os atletas, num período em que as contas do clube estavam bloqueadas. Nesta quarta a Polícia Federal vai ouvir no Rio de Janeiro, por determinação da CPI, Miguel Vaz, que assina a contabilidade do Vasco nos últimos meses.

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