“Meu filho, Marcelo (nome fictício) tem 14 anos e é volante de um clube que eu não quero revelar, pois sei que posso prejudicar a carreira dele. Há cerca de uns dois meses, ele me contou que o técnico o chamou para conversar e disse que iriam enfrentar um time que contava com um moleque muito bom e queria que o Marcelo desse uma pancada nele para tirá-lo do jogo.
O técnico disse que estava preparando um outro garoto para entrar no lugar do meu filho e que ele poderia ficar tranquilo que, assim que cumprisse a suspensão, voltaria ao time. Antes do jogo, o Marcelo me perguntou o que deveria fazer e eu disse que não era para agredir ninguém.
Meu filho ficou assustado e disse que precisava fazer o que o ‘professor’ pediu, pois tinha medo de perder lugar no time. Ele acabou acertando o adversário, que saiu de campo, mas voltou depois. Meu filho precisou ser substituído e o time dele ainda perdeu. Eu até tentei conversar com o técnico, mas nunca consegui ter contato com ele. Estou tentando tirar meu filho do clube.”
* Depoimento do pai de um jogador da base, que pediu para não ser identificado