Desafio do Boca agora é o Milan

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Por Agencia Estado
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O rival dos argentinos do Boca Juniors no duelo do fim de ano em Tóquio está acostumado a decisões. O Milan, seis vezes campeão europeu, é também um dos times mais tradicionais do futebol mundial. Poder, dinheiro, bons jogadores não faltam ao clube presidido por Silvio Berlusconi, também primeiro-ministro e um dos homens mais ricos da Itália. A história do Milan é sinônimo de grandeza. Com exceção de período de turbulência no início dos anos 80 - quando sofreu dois rebaixamentos -, o clube rubro-negro sempre freqüentou o restrito círculo dos vencedores, desde a sua fundação em 1899. Além de ter conquistado a hegemonia continental em seis ocasiões (63, 69, 89, 90, 94 e 2003), ganhou três vezes o duelo intercontinental com o campeão sul-americano (69, 89, 90), faturou 16 vezes o título italiano e tem 5 Copas da Itália. A sala de troféus conta ainda com 4 Supercopa Itália, 3 Supercopa Européia, 2 Recopa Européia. O currículo notável se deve à vocação do Milan de apostar em grandes jogadores. A galeria é imensa e tem, dentre centenas, os suecos Liedholm, Nordhal, Gren, os uruguaios Schiaffino, Ghiggia, os brasileiros Mazzola, Sormani, Amarildo, Dino, os italianos Trapattoni, Rivera, Cesare Maldini. O salto de qualidade na era moderna ocorreu com a chegada de Berlusconi, no meio da década de 80. O empresário apostou na força do dinheiro para tornar seu "passatempo" atraente. Por isso, não economizou para contratar os holandeses Gullit, Rijkaard, Van Basten, o liberiano Weah, os croatas Savicevic e Boban e dezenas de outros jogadores de todas as partes do mundo para conquistar títulos, aumentar seu prestígio e fazer carreira política. O Milan voltou a ter projeção internacional, tanto que quatro dos títulos europeus e dois mundiais vieram com Berlusconi. A estratégia deu certo, pois hoje o poder de de seu patron, como o chamam os milaneses, é quase absoluto, num país em que a contestação faz parte da cultura, como a música, a pintura e a literatura. O Milan de 2003-04, por enquanto, muda pouco em relação àquele que em maio conquistou a Liga dos Campeões, com os 3 a 2 sobre a Juventus, nos pênaltis, depois de 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, em Manchester. O reforço de peso, até agora, é Cafu, capitão do pentacampeonato do Brasil. Ele se junta a Dida, Roque Júnior, Rivaldo, também vencedores em 2002, além de Serginho. O elenco tem ainda os zagueiros italianos Costacurta, Nesta e Paolo Maldini. No meio-campo estão o combativo holandês Seedorf e o talento português Rui Costa. Na frente, brilham o italiano Filippo Inzaghi e o ucraniano Shevchenko. Adversário difícil de ser superado, mas que já foi derrotado por Santos (em 1963) e pelo São Paulo (1993).

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