Desertor da Ponte reforçará o Palmeiras

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Por Agencia Estado
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É conhecido o paradeiro do atacante Rafael Marques, um dos desaparecidos da Ponte Preta: defenderá o Palmeiras na Copa São Paulo de Juniores, em janeiro. O jogador de 20 anos já treina sob o comando do técnico Wilson Coimbra, dos juniores e do Palmeiras B. Em dois anos, Rafael teve uma trajetória fulminante. Surgiu na Ferroviária, de Araraquara, perambulou por algumas equipes e fincou pés em Campinas. Defendeu o Campinas Futebol Clube, do ex-jogador Careca, em 2002. No ano seguinte, foi para Ponte Preta, onde era o artilheiro da equipe de juniores. Anotou dez gols em oito jogos. Foi quando o atacante Fabrício Carvalho ?desapareceu? do clube. Sem alternativas, o técnico Abel Braga promoveu o jovem atacante. Contra o Atlético Paranaense, em 8 de outubro, Rafael entrou no segundo tempo e anotou o gol de empate no fim do jogo. Herói da partida, começou a aparecer. ?Quando subi dos juniores nenhum diretor veio me procurar para acertar minha situação. Estava com oito meses de salários atrasados. Passando necessidades. Mas se sobrava algum dinheiro só ia para a equipe profissional. Nós, dos juniores, ficávamos sem receber?, disse o jogador, que ganhava um salário de R$ 500. Nessa época, surgiu o interesse do Palmeiras pelo seu futebol. Quando a proposta se concretizou, não teve dúvidas. Não foi mais aos treinos da equipe campineira, entrou na Justiça e acertou com o Palmeiras. ?Se fizer uma boa Copa São Paulo e ganharmos esse título inédito para o Palmeiras, ficará provado nosso valor. Quem sabe poderia até defender a equipe principal?, sonha Rafael, que pelas características físicas pode agradar ao técnico Jair Picerni. Com 1,91 m de altura e ?mais ou menos 70 kg?, sua especialidade é a bola aérea. Destro, ainda chuta com os dois pés. ?Antes eu me inspirava no Jardel, pela minha facilidade em cabecear, mas hoje gosto muito de ver o Ronaldinho jogar?, fala o jogador. Até hoje, a Ponte Preta não sabia do paradeiro do atacante. O coordenador de Futebol Ronaldão ficou surpreso. ?Não existe mais respeito dos jogadores. O clube não pode cumprir os prazos e o jogador se acha no direito de sumir do mapa. Isso é uma atitude de profissional??, questiona o ex-zagueiro do São Paulo e da seleção brasileira. ?Nós estamos no fim do campeonato e toda a notícia ruim abala nosso time. Mas estamos lutando com todas as nossas forças que temos?, fala o dirigente. A situação da Ponte constrange Rafael Marques. ?Estou torcendo muito pelos meus companheiros. Tomara que não caia. Mas não sinto pena dos dirigentes?, fala o jogador, que ficou magoado em dois momentos: primeiro, quando os dirigentes disseram que deviam apenas três meses de salários atrasados ? eram oito. Depois, quando o técnico Abel Braga foi em um programa de televisão e fez pouco do jogador: ?Ele foi no programa e disse: ?Quem era Rafael Marques para esnobar a Ponte Preta?? Mas para os jogadores da Ponte o Abel dizia que entendia minha situação.? O caso Rafael Marques pode abalar a amizade de dois colegas do São Paulo, da época do técnico Cilinho. Ronaldão e Lê, empresário do jogador, jogaram juntos, mas hoje estão em lados opostos. ?Não quero mais papo com o Lê. Eu me lembro quando veio pedir um lugar para o menino. Depois faz isso com a gente!?, desabafou Ronaldão.

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