
29 de abril de 2016 | 07h00
A surpreendente campanha do Osasco Audax no Campeonato Paulista dará uma guinada na carreira de vários titulares do time do técnico Fernando Diniz. Tchê Tchê fechou com o Palmeiras nesta quarta-feira e outros clubes demonstram interesse em jogadores como Bruno Paulo e Camacho. Além disso, outros atletas, como Juninho e Mike, poderão retornar de empréstimo aos seus clubes com outro status e perspectiva.
O ex-jogador Vampeta, presidente do Audax, confirmou que seus jogadores devem trocar de time após os dois jogos contra o Santos na decisão do Estadual, nos dois próximos domingos. “A boa campanha fez com quem muitos jogadores já tenham sido procurados por outras equipes”, afirmou.
Audax vende estoque extra de camisas
O meio-campista Tchê Tchê, que também joga na lateral, é o primeiro acertar com novo clube. Um dos destaques do time, fechou ontem contrato de três anos com o Palmeiras e será anunciado como reforço depois das finais do Paulista.
A diretoria do Osasco Audax até tentou ‘blindar’ os atletas do assédio, mas é uma tarefa muito difícil. Principalmente porque a maioria dos titulares tem contrato curto, que terminam logo após o fim do Paulista.
Alguns jogadores, como o goleiro Sidão e o atacante Mike, tinham contratos até o dia 30 e os acordos tiveram de ser prorrogado por um mês apenas para que pudessem atuar nos dois jogos da final. Ou seja: o desmanche do Audax já ocorreria mesmo se a campanha não tivesse sido acima do esperado. Isso acontece porque o calendário é ingrato para os clubes pequenos. O Audax, por exemplo, só estreia na Série D em junho. Ate lá o time será remontado.
Mas quem atuou na campanha do Paulistão só tem o que comemorar. “Tudo no Campeonato Paulista foi acontecendo aos poucos, e sempre foram coisas boas para mim e para o time. Se a gente não chegasse longe, nosso time não seria lembrado”, disse o meia Camacho, na mira do Corinthians.
Camacho não é único atleta que interessa ao clube do Parque São Jorge. Bruno Paulo e Tchê Tchê também entraram na mira do Alvinegro, cujos dirigentes têm boa relação com o presidente Vampeta, ex-jogador e ídolo do time.
O caso de Bruno Paulo só reforça o quanto a campanha do Audax pode influenciar no seu futuro. Revelado pelo Flamengo, o atacante de 26 anos já tinha assinado um pré-contrato com o Joinville, que disputa a Série B do Brasileiro. Porém, o jogador pode assinar com outro clube caso receba uma proposta mais vantajosa.
Para o meia Juninho a campanha do Audax poderá fazer com que ele seja aproveitado pelo Palmeiras, onde foi revelado nas categorias de base e com quem tem contrato. Ele havia sido emprestado, mas seu desempenho no Paulistão já chamou a atenção do técnico Cuca.
O ‘assédio’ clubes tradicionais fez com que a diretoria levasse o time para uma semana de preparação em Sorocaba, em regime de concentração para o primeiro jogo da final. “É até bom para a gente se concentrar e evitar o ‘oba-oba’ da torcida e da agitação. Temos que nos preparar para a decisão”, disse o meia Velicka. Na mesma cidade a equipe também se refugiou antes de enfrentar o São Paulo e o Corinthians.
Até mesmo o treinador Fernando Diniz, cujo contrato termina após o Paulistão, deve trocar de clube. No ano passado ele deixou o time ao fim do Estadual para dirigir o Paraná na Série B do Brasileiro.
ABISMO FINANCEIRO
Para os clubes grandes, é muito mais fácil contratar jogadores do Osasco Audax ou de outros times pequenos porque o poder de investimento é maior. Por exemplo: nenhum jogador do time de Osasco recebe mais de R$ 20 mil por mês – a maioria ganha menos da metade e só chega ao teto salarial se cumprir metas de produtividade. A folha de pagamento é de R$ 350 mil.
O Corinthians gasta por mês 20 vezes mais que o Audax com o elenco. A folha salarial do Alvinegro é de R$ 7 milhões, e um bom número de atletas recebe entre R$ 300 mil e R$ 500 mil.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
29 de abril de 2016 | 07h00
A primeira partida da final do Campeonato Paulista, no domingo, em Osasco, vai dar ao time local a rara oportunidade de jogar com a maior parte da torcida a favor. Segundo os jogadores do Osasco Audax, nas partidas anteriores em casa contra os grandes, quem estavam em maior número eram os visitantes.
"Agora as coisas mudaram. Todo mundo começou a nos priorizar. Antes era só voltado para os times grandes. A cidade está do nosso lado. Vamos ter que agradecer ganhando o jogo", afirmou o atacante Ytalo. A carga total de ingressos para a final contra o Santos é de 12 mil, dos quais 7,9 mil se destinam ao Osasco Audax. As entradas já estão esgotadas.
Clube repõe estoque de camisas à venda
A cidade da região metropolitana tem muitos torcedores de Corinthians, Palmeiras e São Paulo, que devem adotar o apoio pelo Osasco Audax na decisão, segundo estimativa da diretoria. Durante a campanha, o clube teve a oportunidade de receber no estádio José Liberatti o Corinthians e o Palmeiras na primeira fase, mais o São Paulo nas quartas de final. Nas três ocasiões, a torcida local foi minoria, mas as partidas representaram para o Osasco Audax as maiores arrecadações de bilheteria.
Em nove jogos como mandante, em três, o clube teve prejuízo, incluindo uma dos piores públicos da competição, com 603 pagantes na vitória por 3 a 2 sobre o Red Bull Brasil, na tarde da quarta-feira de Cinzas.
"A final será excelente para a cidade, e para nós também. Todo mundo gosta de jogar com o estádio cheio. Como nós conhecemos o campo, temos vantagem", disse o meia Camacho.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.