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Didi é enterrado no Rio

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Por Agencia Estado
Atualização:

A mesma discrição com que Waldir Pereira, o Didi, conduziu a sua vida, também marcou o enterro de seu corpo, neste domingo, no Cemitério São João Batista, zona sul do Rio. Cerca de 100 pessoas - entre familiares, ex-jogadores e poucos fãs - acompanharam a despedida do bicampeão mundial em 1958 e 1962, que morreu no sábado, vítima de um câncer no fígado, aos 72 anos. Todas as declarações deixavam claro a grande perda que representou para o futebol brasileiro a morte daquele que era conhecido como "o prícipe etíope". Seu corpo chegou ao cemitério, vindo da sede do Botafogo onde foi velado no sábado, em um santana quantum preta. O caixão foi retirado por torcedores do Botafogo e pelo também bicampeão mundial Orlando Peçanha - além dele, Vavá também estava presente. Apenas 15 minutos depois de chegar ao local, o caixão desceu ao jazigo, junto com as bandeiras do Botafogo e do Fluminense, clubes em que se consagrou. Houve salvas de palmas, foi cantado o hino do Botafogo e gritado o nome de Didi A mulher do ex-jogador, Guiomar Pereira, passou mal e se retirou antes do fim do enterro. Uma de sua quatro filhas, Rebeca Pereira, que mora no Canadá, disse que "o título que fica para ele é o de melhor pai do mundo. Um de seus irmãos, Salvador Pereira, que também foi jogador, lembrou que Didi iniciou a sua carreira junto com ele. "Ele só foi para o Madureira como contrapeso quando me chamaram." Entre os ex-jogadores, era destacado que Didi vai fazer falta na crise que atravessa o futebol brasileiro. "Nesse momento em que o Brasil está sem rumo, perdemos o mais lúcido dos brasileiros", lembrou Afonsinho, primeiro jogador a obter o passe livre, conhecido pela sua mobilização política. O ex-zagueiro Orlando, titular em 1958, fez uma analogia entre o futebol atual e a morte de Didi "Era um grande jogador enquanto, agora, só são chamados jogadores para seleção para vender para fora", analisou. Vavá chegou ao cemitério de cadeiras de rodas, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que sofreu no ano passado. Ele chorava muito. Zagallo disse que não poderia ir porque se concentrava para o clássico entre Flamengo e Vasco. Outros bicampões famosos, como Pelé e Nílton Santos, foram ausências sentidas. O diretor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Antônio Teixeira, representou a entidade, que pagou todos os custos do transporte e do enterro do corpo. Didi ficou no jazigo nº 549, aléia 5, a poucos metros de outro botafoguense ilustre: o jornalista João Saldanha.

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