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Diego Souza quer gol contra o Corinthians

Por Agencia Estado
Atualização:

Missão cumprida na Série B, Diego Souza não vê a hora de chegar logo a próxima temporada para realizar mais sonhos em sua carreira. Ele conta os dias para começar a disputar clássicos e pisar em gramados que só conhece pela tevê. "Quero jogar no Morumbi e no Maracanã. E enfrentar Corinthians, Santos e São Paulo com casa cheia. Meu sonho é meter um golzinho no Corinthians com o Morumbi lotado e correr para a galera", diz o garoto de 19 anos. O caminho para firmar-se como titular do Palmeiras não foi fácil. Ano passado, ele viveu dois momentos ruins que o levaram a pensar que seria muito difícil chegar aonde está hoje. O primeiro quando Vanderlei Luxemburgo o puxou para jogar no time de cima como lateral-esquerdo e o segundo quando voltou de Joinville, onde jogou menos de dois meses. Diego Souza era meia nas categorias de base, mas se animou todo com a possibilidade de jogar como lateral na equipe principal. Luxemburgo não confiava em Adauto e Rovílson, as opções que tinha para a posição, e pediu uma indicação para Paulo Campos, que dirigia o Palmeiras "B". E o indicado foi Diego. O garoto se entusiasmou com a chance e ficou ainda mais motivado depois de sua estréia, em que fez um gol na vitória por 4 a 1 sobre o Bahia na Copa dos Campeões, em Teresina. Mas o encanto durou pouco. Ele caiu de rendimento nos jogos seguintes, foi muito mal na derrota para o Paysandu na semifinal e passou a ser criticado. Para piorar, Luxemburgo deixou o Parque Antártica depois da primeira rodada do Brasileiro. Sem espaço no clube e "queimado" pela experiência ruim na lateral, foi emprestado para o Joinville na negociação que trouxe o volante Marco Aurélio - hoje no São Caetano - para o Palmeiras. Mas ele abandonou o clube catarinense e voltou em novembro. Aí, a seqüência de sua carreira esbarrou na intransigência de Márcio Araújo, que na época era o supervisor de futebol do clube. "Ele dizia que eu tinha pisado na bola por ter voltado do Joinville antes do fim do empréstimo e queria me castigar, dizia que não me deixaria jogar a Copa São Paulo. Quem me ajudou muito naquele momento foi o Karmino Colombini, que era o técnico dos juniores. Ele peitou o Márcio e bancou minha inscrição na Copa. Fui o último a ser inscrito, tanto que fiquei com o número 25." Na Copa São Paulo, jogando do meio-de-campo para a frente, fez sete gols e foi um dos destaques do time vice-campeão. "Encarei aquela competição como uma vitrine, como a chance de mostrar o meu valor." Depois do torneio, foi para o Palmeiras "B", enquanto Vágner Love, Alceu e Edmílson foram integrados ao elenco principal. Ele estava disputando o Campeonato Paulista da Série A-3 quando surgiu a inesperada chance no time de cima. "Telefonaram para a minha casa me convocando para o treino do time principal, que no dia seguinte viajaria para enfrentar o Vitória pela Copa do Brasil. Achei que era só para completar o grupo, que tivesse muito jogador machucado. Quando acabou o treino, meu nome estava na lista dos que viajariam para Salvador. Fiquei emocionado, liguei para a minha mãe e ela até chorou. Entrei no segundo tempo, fiz boas jogadas com o Vágner e o Edmílson e dali em diante as coisas boas começaram a acontecer." Seu primeiro jogo como titular foi contra o São Raimundo, na quarta rodada. E não poderia ter sido melhor: fez três gols na vitória por 4 a 0, a primeira do Palmeiras na competição. Pouco depois, teve outra "primeira vez" inesquecível. Foi na goleada por 5 a 1 sobre o União São João, no Parque Antártica. Ele explica: "Tinha o sonho de jogar com a camisa 10 do Palmeiras, mas jogava sempre com a 11. Quando voltei do Pan-Americano, o Picerni me deu a 10 para o jogo contra o União. E fiz o primeiro gol da partida. Não acreditei..." O outro especial para ele foi contra o Brasiliense, na segunda fase. "Fiz o gol da nossa vitória de virada por 2 a 1 que garantiu a classificação para o quadrangular final." Na trajetória vitoriosa na Série B, Diego destaca o ambiente "família" que uniu o elenco e a maturidade mostrada pelos meninos em que Picerni apostou. "A gente ouvia falar que não íamos agüentar o tranco na Segunda Divisão, que o time precisava de reforços de peso. Para nós, aquilo servia de motivação para mostrarmos que podíamos dar conta do recado." Para Diego, a experiência de jogar pelo Palmeiras "B" na Série A-3 do Paulista serviu como laboratório para encarar o estilo de jogo da Série B do Brasileiro. "Os moleques já estavam acostumados com jogo na base da correria, com muita pegada e pouco toque de bola. Jogamos com confiança, em nenhum momento nos sentimos pressionados ou com medo de fracassar." O contrato de Diego Souza vai até 2008 e ele não tem pressa de se transferir para a Europa. "É como eu falei, quero experimentar coisas que ainda não vivi aqui, como jogar clássicos, disputar o Brasileiro, quem sabe jogar uma Libertadores." A prorrogação do contrato - que terminaria em 2006 - lhe rendeu uma casa para morar com os pais (Geraldo e Eliane) e a irmã Agata, de 16 anos, no bairro do Limão. Pelo acordo, a cada 10 jogos como titular recebe um bônus. O mesmo acontece quando é convocado para a Seleção Sub-20. Por conta desses "gatilhos", já teve quatro aumentos este ano. E teria outro se pudesse ter sido chamado para o Mundial Sub-20. A vida está sorrindo para o camisa 10 do Palmeiras.

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