
08 de junho de 2015 | 18h18
A escolha do Brasil como país-sede da da Copa do Mundo de 2014 não foi decidida por corrupção. A garantia foi dada ontem pela presidente Dilma Rousseff, em entrevista à rede de TV France 24. Segundo a chefe de Estado, o Brasil não precisa pagar propinas para convencer os dirigentes da Fifa por ser o país que mais venceu copas do Mundo.
A corrupção no interior da federação internacional e também na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi o primeiro abordado na entrevista que foi ao ar ontem em todos os canais internacionais da emissora, que emite em francês, inglês e árabe. Questionada sobre o escândalo e sobre a eventual implicação em propinas aos dirigentes da Fifa, Dilma afirmou que existem "índicios fortes" de corrupção, mas argumentou que o caso "é ainda mais preocupante para o Brasil", já que o País é o que mais venceu copas do Mundo e que é apaixonado pelo esporte.
Presidente do COI fala sobre a Fifa
"O país que ganhou o maior número de Copas do Mundo de todos os tempos, um país que fez a "copa das copas", não tem nenhum motivo para se engajar em qualquer processo de corrupção para trazer a Copa para o Brasil", sustentou. Dilma sustentou ainda que a população brasileira tem interesse que qualquer denúncia seja apurada, já que o evento de 2014 foi financiado pelos impostos dos cidadãos. "Tudo que disser respeito a essa investigação é do maior interesse do povo brasileiro, porque foi com os recursos do povo brasileiro que este processo ocorreu", lembrou.
Ainda assim, Dilma defendeu o legado do Mundial de 2014. "Foi gerado muito, muito dinheiro durante a Copa do Mundo, o que é bom para todo mundo, desde que seja de forma absolutamente transparente", frisou. "Caso não seja, pode ter certeza que o povo brasileiro tem todo interesse em saber quem é o responsável, quais são os responsáveis, puni-los e de fato garantir que o Brasil tenha um novo ambiente para o futebol."
A presidente lembrou que a Polícia Federal vem realizando investigações em paralelo às feitas pelo Escritório Federal de Investigações (FBI), nos Estados Unidos, e pelo Ministério Público da Suíça.
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