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Dodô é condenado pelo STJD e pega 120 dias de suspensão

Atacante recebe punição por ter sido pego no exame antidoping por uso de substância proibida femproporex

Por Bruno Lousada
Atualização:

O atacante Dodô foi suspenso por 120 dias, na noite desta terça-feira, pela 2.ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, por uso da substância proibida Femproporex (inibidor de apetite). Em julgamento que durou quase quatro horas, os auditores condenaram o atleta por unanimidade: 5 votos a 0. A diretoria do Botafogo, no entanto, já anunciou que vai recorrer da decisão para, no mínimo, reverter metade da pena em cestas básicas. O clima estava quente. Antes do início do julgamento, um grupo de oito torcedores botafoguenses protestou em frente ao prédio onde funciona o STJD, no centro do Rio. Eles pediam a absolvição do atacante e cantavam "sai, sai da frente, sai que o Dodô é inocente". Uma bandeira do clube foi estendida em frente ao edifício, que fechou as portas por medida de segurança. O presidente da 2.ª Comissão do STJD, Otávio Augusto de Almeida Toledo, pediu reforço policial para evitar confusões. Mais tarde, enquanto os auditores davam seus votos, o hino do clube, entoado pelos manifestantes, pode ser a ouvido no plenário. "Isso não nos intimida", declarou Toledo. Para justificar a condenação, os auditores alegaram que o atacante tem responsabilidade por tudo que ingere. "Estamos remando contra tudo e contra todos. Tem muito interesse em jogo", declarou o vice-presidente de futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, após o julgamento de Dodô. O advogado do atacante, Carlos Portinho, defendeu a tese da contaminação da cafeína fornecida pelo clube ao atacante, tendo como base a análise do laboratório da Universidade de São Paulo (USP), feita a pedido da diretoria do Botafogo. "Ele foi envenenado. Mesmo em dúvida, não se pode puni-lo", disse o advogado, durante sua defesa. Carlos Portinho ressaltou também a boa conduta de Dodô em 15 anos como jogador profissional. "Ele tem uma carreira limpa." Tais argumentos, no entanto, não sensibilizaram os auditores. Para revolta dos dirigentes do Botafogo. "A justiça esportiva inventou esse negócio de responsabilidade objetiva. Fico triste por esse termo só ter nascido depois do caso Athirson", afirmou Montenegro, referindo-se à absolvição, em 2000, do então lateral-esquerdo do Flamengo, flagrado num exame antidoping por uso do mesmo Femproporex. "Nada está dando certo para a gente neste ano. Já fomos prejudicados por juízes no Campeonato Carioca, pela bandeirinha [Ana Paula Oliveira] que virou vedete e agora mais uma", protestou o dirigente do Botafogo, lembrando o confronto com o Figueirense, no Maracanã, pelas semifinais da Copa do Brasil  - o time acabou sendo eliminado do torneio nacional. Nervoso, Dodô deixou o plenário antes do terceiro voto que o condenou. Ele se irritou com o resultado do julgamento e desabafou: "Ele [o auditor Otacílio Araújo] quer aparecer. Liga a câmera da televisão para ele", desabafou. O auditor escutou a reclamação do réu e afirmou: "Deixa ele parar de falar para eu continuar...". O atacante, então, levantou-se da cadeira e deixou o plenário sem dar entrevistas. Sua mulher, Tatiana Lucas, foi atrás. Atualizada às 23h20

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