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Dona Ivone e a caravana da família de Tite para ver a seleção brasileira

Em Caxias do Sul, mãe, irmãos e outros familiares do técnico se organizam para ir até a Arena do Grêmio torcer

Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

Uma grande caravana deixará Caxias do Sul, na serra gaúcha, em direção a Porto Alegre para ver o jogo de amanhã entre Brasil e Equador, pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo. Serão duas vans e um micro-ônibus que levarão, mais do que torcedores da seleção, pessoas que torcem por Tite. E, entre amigos do treinador gaúcho e familiares, uma torcedora será especial: dona Ivone Bachi, mãe do técnico.

Aos 81 anos, ela estará na Arena do Grêmio torcendo – e rezando – pelo filho, como já fizera em outras oportunidades. Ontem, dona Ivone recebeu o Estado na pacata Ana Rech, bairro de Caxias do Sul, e se mostrou ansiosa para o jogo. “É a coisa mais linda. Nunca a gente pensou que isso fosse acontecer. Só podemos agradecer a Deus por ele (Tite) e pelo trabalho que ele faz na seleção”, comentou, sobre a partida de amanhã.

Dona Ivone, mãe do técnico Tite Foto: Fabio Motta|Estadão

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Nem sempre, contudo, foi assim. No início, a preocupação com o resultado do jogo do time do “Ade” – como a família se refere a Tite – a deixava nervosa, e ela evitava a todo custo assistir aos jogos. “Não queria e não queria. Colocava o radinho embaixo do travesseiro e só queria saber do resultado. Pela TV, não acompanhava. Depois eu comecei, aos poucos, a ver os jogos”, recordou. “Ficava nervosa, chorava, via a cara dele...”

Apesar do nervosismo, a vocação do filho para o futebol foi reconhecida por dona Ivone desde cedo – assim como a insistência de Tite em seguir carreira. “Ele sempre dizia o que ele queria. Eu dizia ‘Ade, tu estudou, tá estudando, deixa disso’. Ele dizia ‘não, mãe, é o que eu quero’. Sempre dizia isso. E a gente aceitou o que ele queria.”

O irmão de Tite, Ademir Bachi, conhecido como Miro, diz que o gosto pelo esporte teve um grande incentivador: o pai, Tenor. “Desde criança, a gente sempre adorou futebol. Tivemos uma semente forte, que foi meu pai, que jogava também. Então a gente jogava fim de semana na colônia, em São Brás, e durante a semana na escola”, lembrou. “A grande semente quem plantou foi o meu pai, que sempre incentivou. O esporte traz valores muito fortes, seguindo ou não o profissionalismo”, disse o irmão de Tite.

Miro é quem está ajudando a organizar a caravana de Ana Rech para o jogo em Porto Alegre. “A gente mobilizou bastante gente. Meu irmão (Tite) chegou e disse à minha mãe para convidar quem quisesse, e ela convidou todos os irmãos”, explicou. “Vamos em três turmas, uma da minha família – minha mulher, minha irmã e a família dela –, outra van com meus tios (são 16 pessoas, incluindo os cônjuges) e outra é a turma dos amigos da família.”

A expectativa entre eles é grande. “É maravilhoso. Tem vários jogos pela frente, mas este aqui é muito importante. A gente fica muito nervoso, mas temos muita confiança”, declarou Miro. “Respeitamos o futebol, mas a qualidade dos jogadores e o clima que se tem feito passam muita confiança.”

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Dona Ivone está radiante – e, como de costume, emocionada. Ontem, ao receber o Estado, ela deixou uma mensagem para o filho. “Ade, querido, tu vais ter uma vitória muito grande. Vai deixar o mundo inteiro feliz, como já deixou e continua deixando”, afirmou. Mães costumam ter razão.

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