O presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Eduardo Viana, o Caixa D´agua, informou nesta quarta-feira que não aceita a homenagem dos dirigentes da Liga Rio-São Paulo, que insistem em atribuir o seu nome ao troféu da competição interestadual do próximo ano. "O ambiente da liga não me interessa", esbravejou. "Faço questão de me manter alheio a ela." Opositor ferrenho da nova entidade, Viana indicou o nome do ex-vice-presidente da Ferj, Álvaro Bragança, falecido em novembro de 2000, para receber a honraria. O polêmico Caixa D´agua frisou que em nenhum momento participou da criação da nova entidade e nem tem o desejo de integrá-la. Viana, que há 17 anos manda na federação carioca, é torcedor fanático do Americano, de Campos, sua cidade natal, no interior do Estado. De personalidade explosiva e autoritária, o dirigente é formado em Filosofia, Teologia, História, Direito e Educação Física. Hegemônico na Ferj, Caixa D´agua tem no presidente do Vasco, Eurico Miranda, seu principal aliado para decidir os destinos do futebol do Rio. A indicação do nome de Bragança, feita por Viana, se deve aos 17 anos em que o ex-presidente do América do Rio foi o seu homem de confiança. O filho do dirigente, Wilson Bragança, de 72 anos, festejou a possibilidade de o nome de seu pai ser colocado no troféu. "Ele sempre se dedicou ao futebol, nada mais justo", afirmou. Vítima de câncer, Alvaro Bragança morreu aos 97 anos.