"Ele estava com um pressentimento ruim. Disse que estava se sentindo pesado, cansado. Falou até que achava que alguma coisa ruim poderia acontecer com ele. Chorou porque pensava no futuro dos filhos", falou Laura Bitencourt, 43 anos, mulher do chefe da segurança do Chapecoense, Adriano Bittencout - uma das vítimas da tragédia. Laura e os filhos ( Larissa, 19; Tiago, 17; Fernando, 14; Giovana, 9; e Mateus, 7) estiveram na Arena Condá para receber homenagens e conforto de funcionários da Chapecoense. "Minha filha se incomodou com essa conversa, falou que o pai estava falando besteira. Mas, enfim, era o que ele estava sentindo dias antes do acidente", afirma Laura.
Adriano trabalhava na Chape há quase 3 anos. Ela já havia atuado como segurança de outros clubes da região. "Ele era tratado com muito carinho pelos jogadores. Era muito brincalhão e amigo", conta a mulher. "Quando eu vinha ao estádio, eles provocavam o Adriano dizendo que eu era bonita. Ele era ciumento e ficava bravo, mas era tudo levado na brincadeira", completa. Laura se emociona ao lembrar que eles já estavam planejando o fim de ano. "Quando o campeonato acabasse, a gente já tinha combinado um cinema, uma tarde de shopping, um sundae... Depois, quem sabe, iríamos fazer uma viagem. Agora...agora nada".