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Eleições presidenciais tumultuam Morumbi

Por Agencia Estado
Atualização:

A política do São Paulo viveu um de seus dias mais agitados nesta segunda-feira, com liminar, tentativas de cassação de liminar, presença de oficial de justiça e até de policiais do 34º DP. A Oposição, comandada por José Carlos de Mello Dias, tentava realizar a eleição do novo presidente, mas a situação não respeitou um mandado do juiz Carlos Henrique de Abrão e não a realizou. Tudo começou às quatro da tarde, quando Cláudio Aidar, presidente do Conselho Deliberativo do clube recebeu, das mãos do oficial de justiça Fernando Martins, uma tutela antecipada dizendo que as eleições deveriam ser realizadas nesta segunda. E que os eleitores seriam os conselheiros em 1998 e nãos os que foram eleitos em 3 de abril e que só tomarão posse em 29 de abril. A alegação é de que Marcelo Portugal Gouvêa foi eleito em 19 de abril de 2002 e que seu mandato se encerraria nesta segunda. A Situação tentou cassar a tutela, mas não conseguiu. Começou então uma corrida aos conselheiros. "Estava na China e cheguei às 4 da tarde. Estava dormindo quando me pediram para vir votar. Vim correndo", conta o conselheiro Sebastião Lapolla. Juvenal Juvêncio, que estava no Interior, voltou correndo e chegou ao clube às 18 horas. A sessão deveria começar às 19 horas, mas Cláudio Aidar resolveu que votariam os novos conselheiros, eleitos dia 3, o que daria vantagem considerável a Marcelo Portugal Gouvêa. O oficial de Justiça ligou então para o juiz Abrão e disse que a única maneira de cumprir a tutela era com apoio policial. Foi autorizado. As 20h30, chegaram os soldados Mariano e Amilton, que foram cercados por tropas de advogados, das duas facções. Chegaram à porta do Salão Nobre e não puderam entrar. Foram brecados pelo conselheiro Calil Rocha Abdala, que os levou para uma sala. Enquanto isso, no salão, o conselheiro Brasil Vita fazia um discurso de 15 minutos contando a história do clube. O jurista Ives Gandra Martins, da Situação, defendeu a tese de que a tutela antecipada não valia nada porque o São Paulo havia sido citado e que o presidente Marcelo Portugal Gouvêa deveria tê-la assinado em nome do clube. E como ele não foi encontrado. Caberia então aos soldados prenderem Cláudio Aidar. "Vamos todos presos com ele", gritou Ives Gandra. Carlos Miguel Aidar, ex-presidente da OAB e tambem da Situação era menos dramático. "Você acha que alguém prende tanta gente assim. Nesta terça, eu casso essa liminar sem nenhum trabalho." E assim terminou a reunião. No final da noite, havia o boato de que Marco Polo del Nero vai nomear nesta terça um interventor no São Paulo. Seria Reinaldo Carneiro, vice-presidente da Federação.

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