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Eleitor se vinga da ?Bancada da Bola?

Praticamente todos os parlamentares ligados à CBF fracassaram em sua tentativa de reeleição. Eurico Miranda sofreu a maior das derrotas.

Por Agencia Estado
Atualização:

A chamada Bancada da Bola ? o grupo de parlamentares que, no final do ano passado, conseguiu anular o relatório final da CPI da CBF-Nike, em que o presidente da entidade Ricardo Teixeira, aparecia como um dos envolvidos em crimes financeiros - recebeu seu pagamento no domingo, nas urnas. Praticamente todos os parlamentares ligados à CBF fracassaram em sua tentativa de reeleição. De 14 que buscavam mais um mandato, dez foram reprovados. O exemplo mais evidente ficou por conta do presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda (PPB-RJ), que apareceu como envolvido nas duas principais comissões que investigavam irregularidades no futebol: a CPI da Nike-CBF e a CPI do Futebol, instalada no Senado. Considerado o mais fisiológico de todos os integrantes da bancada, ele se viu metido em escândalos pessoais de enriquecimento ilícito e se livrou de processos judiciais justamente por conta da imunidade parlamentar. Mas desta vez não teve jeito. Miranda recebeu apenas 25 mil votos, insuficientes para se reeleger. O número é quatro vezes menor que o obtido por ele nas eleições de 1998. Naquele ano, quando o Vasco conquistou o título de Libertadores da América, recebeu 105 mil votos. Outros membros atuantes da Bancada da Bola tiveram o mesmo destino de Eurico Miranda. José Lourenço (PMDB-BA), Luciano Bivar (PSL-PE) e Nelo Rodolfo (PMDB-SP) não tiveram seus mandatos renovados. No Senado o fenômeno se repetiu com caciques regionais como Maguito Vilela (PMDB-AM), Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) e Gilvan Borges (PMDB-AP). Todos eles ficaram de fora. Da mesma forma como penalizaram os considerados fisiológicos, as urnas premiaram os parlamentares identificados com propostas que tentavam moralizar o futebol. O presidente da CPI-Nike, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), teve uma votação expressiva. Recebeu cerca de 134 mil votos e foi eleito para seu quarto mandato com 58% de votos a mais que sua votação anterior. O relator daquela CPI, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), recebeu agora cerca de 102 mil votos, quase o dobro dos votos da eleição de 1998, quando cumpriu seu primeiro mandato. (Se quiser ver as relações de senadores e deputados eleitos, clique aqui.)

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