Em 1973, despedida de Garrincha reuniu estrangeiros que jogavam no País

Partida no Maracanã contou com jogadores em alta na época e serviu para arrecadar dinheiro para o craque

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Por Wilson Baldini Jr
Atualização:

A presença do jogador estrangeiro no futebol brasileiro ficou marcada por uma data importante. Em 19 de dezembro de 1973, diante de mais de 155 mil espectadores, no Maracanã, um combinado de atletas do exterior, muitos que atuavam em times nacionais, enfrentou a seleção brasileira, reforçada por Pelé no "Jogo da Gratidão". A partida marcava a despedida e também buscava arrecadar dinheiro para Mané Garrincha.

Foram arrecadados mais de US$ 160 mil. Garrincha, então com 40 anos, comprou sete casas (para as filhas), outra na Tijuca, um carro Mercedes-Benz (usado) e uma casa de shows no bairro de Vila Isabel, onde sua companheira e cantora Elza Soares poderia se apresentar.

Garrincha cumprimenta o público no adeus, em 1973 Foto: Arquivo/Estadão

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O combinado estrangeiro contava com Andrada (Vasco), Forlan e Pedro Rocha (São Paulo), Alex (América-RJ), Reyes e Doval (Flamengo) e Dreyer (Coritiba). O técnico foi Travaglini.

O Brasil jogou com Félix (Leão); Carlos Alberto (Zé Maria), Brito (Luis Pereira), Piazza e Everaldo (Marinho Chagas); Clodoaldo (Zé Carlos) e Rivellino (Manfrini); Garrincha (Zequinha), Jairzinho (André), Pelé (Ademir da Guia) e Caju (Mário Sérgio). Zagallo comandou o Brasil. Armando Marques apitou o primeiro tempo e Arnaldo Cesar Coelho, a segunda etapa.

O argentino convidado Brindisi, que jogava pelo Huracán e seleção argentina, abriu o placar. Pelé, com um golaço, em jogada individual, empatou ainda no primeiro tempo. Luis Pereira fez no segundo o gol da vitória da seleção.

Garrincha, após algumas boas jogadas proporcionadas pela frouxa marcação adversária, combinada, deixou o gramado ovacionado aos 30 minutos da etapa inicial. Não dava mais para ele. Deu volta olímpica. O craque morreu pobre, nove anos mais tarde, aos 49, em decorrência do alcoolismo.

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