Em 1977, garra marcou a primeira conquista são-paulina

Final contra o Atlético-MG no Mineirão aconteceu em fevereiro de 1978 e foi decidida nos pênaltis

PUBLICIDADE

Por Wilson Baldini Jr
Atualização:

O primeiro título brasileiro do São Paulo foi conquistado por um time limitado tecnicamente, mas com uma garra poucas vezes vista no futebol. O campeonato nacional de 1977 foi decidido em fevereiro do ano seguinte, no Mineirão, graças ao desorganizado calendário. O adversário do time paulista era o invicto Atlético-MG, de Reinaldo - que como o são-paulino Serginho, estava suspenso e ficou de fora da finalíssima. Mas a equipe da casa ainda tinha Toninho Cerezo, Paulo Isidoro e João Leite, entre outros, e os 102.974 atleticanos não acreditavam em outro resultado que não fosse a vitória. Veja também: São Paulo é campeão brasileiro pela 6.ª vez na história Vitória sobre o Goiás dá o título para o São Paulo  Brasileirão 2008 - Classificação  Brasileirão 2008 - Resultados Mas, comandados por Rubens Minelli, vencedor dos dois títulos brasileiros anteriores com o Internacional, os são-paulinos não se intimidaram, nem mesmo com a tempestade que insistiu em cair durante os 120 minutos de jogo sem gols, os 90 do tempo normal e os 30 de prorrogação. A disputa de pênaltis se transformou em uma martírio para o time do Atlético, que estava atrás do segundo título, pois conquistara o primeiro em 1971. A pressão era enorme, o favoritismo maior ainda. Foi demais. Experiente, o goleiro Waldir Peres abusou da catimba e das indiscretas passadinhas de mão nos traseiros dos jogadores atleticanos momentos antes das cobranças. Sem reação, o árbitro Arnaldo César Coelho apenas observava a atuação do goleiro. Conclusão: vitória são-paulina por 3 a 2 e festa em plena Belo Horizonte. Um título que premiou um grupo determinado e de enorme força de vontade, que eliminara o Operário-MS, do lendário goleiro Manga, em dois jogos bastante disputados. Após o 3 a 0 no Morumbi, derrota em Campo Grande por 1 a 0, mas vaga garantida na decisão. Além de Waldir Peres, que seria titular do Brasil na Copa de 1982, a defesa contava com o lateral-direito Getúlio, dono de forte chute e cruzamentos precisos. Tecão e Bezerra mesclavam virilidade e técnica. Antenor era um trator na lateral-esquerda. Chicão, falecido recentemente, e Teodoro, que batia forte na bola, formavam um paredão quase intransponível na cabeça da área. Dario Pereyra, que acabar de chegar ao Morumbi, atuava na meia e ainda não era o monstro em que iria se transformar na zaga. Viana tinha características semelhantes às do tetracampeão mundial Zinho, ex-Palmeiras, mas menos habilidade. No ataque, o jovem Zé Sérgio ainda não enlouquecia tantos seus marcadores, enquanto Mirandinha, ao contrário, já estava em fase decadente. Mesmo assim, a taça do Brasileirão, pela primeira vez, ficava com o São Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.