Em Assunção, Tacuary espera Palmeiras

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Por Agencia Estado
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O domingo, em Assunção, tinha tudo para ser modorrento. O calor chegou a 37 graus no meio da tarde, o índice de umidade subiu e o futebol ainda está em recesso, pois o Torneio Apertura começa dia 13, e já com o clássico Olímpia x Cerro Porteño. Mas a bola não pára, pelo menos para um grupo de jovens dedicados que se preparam, desde a metade de dezembro, para o desafio mais importante de suas carreiras. Por isso, mesmo em dia que convidava para a preguiça, o elenco do Tacuary batia ponto, em período integral. No meio da tarde, os jogadores acompanharam à derrota do Palmeiras para o São Caetano, ao ver o jogo via satélite. No começo da noite, com a temperatura mais amena, suaram no gramado do Estádio Roberto Bettega, no bairro de Cevallos Cuè, periferia da capital. "Estamos em concentração total", avisa Oscar Pelin, treinador da equipe que depois de terça-feira faz sua estréia internacional, na primeira das duas partidas que poderão levá-lo à Copa Libertadores. "Não temos o lastro do nosso adversário", admite o treinador, sem meias palavras. "Por isso, precisamos compensar com dedicação extra." Empenho, boa vontade, entusiasmo e paciência não faltam ao Tacuary, que até três anos atrás não passava de clube de esquina, daqueles mais adeqüados para disputar animados torneios de várzea. Desde que subiu para a Primeira Divisão e tomou gosto pelos duelos com rivais de peso, não cansa de surpreender. Em vez de lutar para não cair, como seria natural, teve a ousadia de terminar 2004 em terceiro lugar, na média de pontos, e agora vê a competição sul-americana como sonho à distancia de estalar de dedos. "Não me iludo, achando que será fácil", frisa Don Oscar, polido, calejado e consciente de que o time já ganhou projeção, pelo simples fato de estar na etapa preliminar. Postura que soa mais diplomática para o visitante estrangeiro e que se trai quando revela a impressão que lhe ficou do Palmeiras na derrota deste domingo. "Achei o time muito defensivo desta vez", comparou, ao contrário do que viu no Palestra Itália, há dez dias, na vitória sobre o Santo André. "Naquele jogo, o time foi mais pegador, tocou bem a bola, Marcinho e Correa fecharam espaços e Warley se movimentou bem", recorda. "Contra o São Caetano, acho que se deixou dominar."

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