A pior derrota da história da seleção da Espanha desde 1963 deve provocar profundas mudanças na equipe para a partida de quarta-feira contra o Chile, no Maracanã. Antes dos 5 a 1 sofridos para a Holanda, sexta-feira, em Salvador, os espanhóis só haviam sofrido tantos gols em uma derrota por 6 a 2 diante da Escócia, há 51 anos, em Madri. A vitória do Chile por 3 a 1 sobre a Austrália empurrou os campeões do mundo para a lanterna do Grupo B. E pior: com um saldo de gols desfavorável. Assim, os três pontos contra os chilenos passaram a ser vitais. Em caso de derrota, combinada com triunfo da Holanda sobre a Austrália ou mesmo um empate, a Espanha estará matematicamente desclassificada com uma rodada de antecedência. Contra a Holanda, os espanhóis até foram melhores no primeiro tempo, mas na etapa final sentiram o cansaço e acabaram dominados pelo adversário. E há alguns motivos que explicam a diferença de preparo físico entre as duas equipes.
A logística é um deles. Enquanto holandeses se preparam no calor do Rio, os espanhóis optaram pela fria Curitiba. O time de Louis van Gaal desembarcou em Salvador na quarta-feira e à tarde realizou um treino em horário semelhante ao do jogo. No dia seguinte, repetiu a dose. Já a Espanha treinou apenas uma vez sob as altas temperatura da capital baiana. Mas o fator que acabou sendo determinante para o massacre holandês – não só técnico como físico – foi a diferença de idade entre os dois elencos. A Espanha foi a campo com um time de 28,8 anos de média de idade. Na Holanda, a média era de 26,3 anos. Pouco mais de dois anos que contribuíram em uma partida muito intensa e disputada em condições climáticas desfavoráveis para os europeus: calor e umidade. Para completar, a temporada nos clubes foi mais desgastante para os espanhóis, sobretudo aqueles que atuam no Barcelona, no Real Madrid e no Atlético de Madrid. Por isso, uma das intenções de Vicente Del Bosque para quarta-feira é deixar o time mais jovem. Sua preocupação é que a equipe consiga manter o ritmo durante os 90 minutos. Um dos cotados para deixar a equipe é o zagueiro Piqué, 27 anos, que foi muito mal contra a Holanda e deve ser substituído por Javi Martinez, 25. Outro que corre risco de perder a vaga é o meia Xavi, 34 anos. Koke, 22, que está sendo preparado para substituir o craque depois do Mundial, pode ver a oportunidade de ser titular antes do planejado. Quem também rendeu abaixo do esperado e pode parar no banco é o meia David Silva, 28 anos. No lugar deve entrar Pedro, 26. O veterano Casillas, 33 anos, teve uma atuação desastrosa e falhou feio em dois gols. Mesmo assim, deve continuar na equipe porque tem prestígio e Pepe Reina, 31, e De Gea, 23, não transmitem confiança – Victor Valdés, 32, o reserva imediato de Casillas, está machucado.
