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Em busca do título, Santos revive goleadas

Por Agencia Estado
Atualização:

Às vésperas do 20º aniversário de seu último título paulista, o Santos revive as goleadas dos tempos de Pelé. Os 8 a 3 diante do União São João contentaram até mesmo os mais irritados saudosistas, que não perdem a oportunidade de relembrar a enorme seqüência de vitórias por contagens elevadas dos anos 50, 60 e 70. Foi também num jogo do Campeonato Paulista, há 40 anos, que o Santos derrotou o Botafogo por 11 a 0, na Vila Belmiro e Pelé estabeleceu um recorde ainda em vigor: 8 gols numa só partida. Curiosamente, aquele não foi o maior placar da época: em 19 de novembro de 1959, houve um 12 a 1 contra a Ponte Preta. O placar não registrou os últimos três gols, pois tinha só 1 dígito; parou em 9. E Pelé não jogou aquela partida. Longe de subestimar o time de Diego, Robinho e Renato e o pobre União São João, recentemente rebaixado para a Série C nacional, mas algumas das goleadas alcançadas pelo Santos de outras décadas foram contra equipes poderosas. O título mundial de clubes de 1962, por exemplo, foi conquistado, em Lisboa, com uma contagem que não deixou dúvidas quanto à superioridade sobre o Benfica, campeão português e europeu: 5 a 2. O Corinthians, que ficou 11 anos sem derrotar o Santos, até derrubar o tabu com os 2 a 0 de 1968, foi infernizado por Pelé, Coutinho, Toninho, Pepe, Dorval e outros artilheiros. Chegou a perder de 5 e até de 7 gols. Numa das maiores exibições de um time brasileiro em todos os tempos, o Santos goleou o São Paulo por 6 a 3, em pleno Morumbi, em 1961. Pelé acabou com dois marcadores de estilos diferentes: no primeiro tempo, o clássico zagueiro mineiro Procópio sofreu dribles incríveis; no segundo tempo, foi a vez de o duro Vítor curvar-se à arte do Rei. Uma pena que o videoteipe daquela partida tenha desaparecido num dos incêndios que atingiram a TV Record. Está certo: os são-paulinos pedem para não serem esquecidos também os 4 a 1 da vitória tricolor de 1963, uma goleada que seria maior se o Santos não tivesse apressado o fim da partida, com expulsões e alegadas contusões. No entanto, corintianos, palmeirenses e são-paulinos devem reconhecer que nenhum time foi tão pródigo em goleadas quanto o Santos. Já nos anos 30, quando Pelé não havia nascido, havia Feitiço e Araken. Em 5 de outubro de 1930, o Santos goleou o Ipiranga por 8 a 2, com cinco gols de Feitiço. Já em 1935, ano do primeiro título santista, Araken Patusca era o craque e seu time goleou o Paulista (nada a ver com o atual clube de Jundiaí) por 5 a 1. A Europa teve motivos para aclamar Pelé como Rei do Futebol. Numa de suas excursões, o Santos foi à Alemanha e goleou o München 1860 por 9 a 1, em 1960. No ano seguinte, na caça aos dólares no exterior, novo festival de gols. A cidade alemã de Karlsruhe viu o time santista provar que a melhor defesa é o ataque: 8 a 6 diante do Karlsruhe. Na Basiléia, na Suíça, 8 a 2 contra o Basel local. Os italianos ficaram impressionados: a Roma caiu por 5 a 0, no Estádio Olímpico. No Torneio de Paris, 6 a 3 contra o Benfica. A América Central aplaudiu a vitória por 7 a 3 contra o Saprissa, na Costa Rica. E a África, se hoje joga um futebol de malícia e arte, em parte deve essas qualidades às lições de Pelé, aplicadas em impiedosas goleadas na Costa do Marfim, Congo, Nigéria. O técnico que mais sofreu em menos tempo com goleadas santistas foi Osvaldo Brandão: 18 gols em duas semanas. Treinador do Botafogo naqueles 11 a 0 de 21 de novembro de 1964, Brandão assinou contrato com o Corinthians na semana seguinte. Sob seu comando, o time corintiano caiu diante do Santos por 7 a 4, em 6 de dezembro, na Vila.

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