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Em campo, Estevão e Arruda na final

Desclassificados na política, o senador cassado e outro com o processo em andamento, têm no domingo um duelo entre suas equipes do coração.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O senador José Roberto Arruda (sem partido) e seu ex-colega Luiz Estevão têm uma coisa em comum: os dois não tiveram sorte na política, mas se saíram muito bem no futebol. Estevão foi cassado no ano passado, enquanto Arruda terá seu destino definido nesta quarta-feira pela Comissão de Ética do Senado e pode seguir pelo mesmo caminho. Nos campos de futebol, os dois estão realizados, já que o Gama, o time preferido de Arruda, e o Brasiliense, o clube de Estevão, disputam domingo a final do Campeonato Brasiliense. Dependendo do resultado da votação desta quarta-feira da Comissão de Ética, Arruda poderá dedicar-se à mesma atividade de Estevão se for cassado: o futebol. Luiz Estevão fundou o Brasiliense dias depois de perder o mandato, contratou um bom técnico (Luizinho Lemos) e usou os jogos do time para manter-se na mídia e mostrar para a Justiça que não pretendia fugir do País, já que tinha diversos pedidos de prisão preventiva pendentes. Até então, Estevão não era tão fanático por este esporte, preferia as artes marciais. Arruda também não costuma ir a estádios. Só quando o Gama disputa alguma partida com um grande clube. Mas ele teve um papel fundamental para que o clube - o mais tradicional do Distrito Federal - se mantivesse na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. "Arruda fez o ?meio-de-campo? entre a agremiação, a Justiça e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para que ficássemos na Série A1", afirma o presidente do Gama, Vagner Marques. Na verdade, Arruda tinha outras intenções. Como o Gama era o principal clube de Brasília e o senador, um candidato em potencial ao governo local, ele uniu o útil ao agradável. Quando todos, fora do Distrito Federal, estavam contra o time, ele encabeçou uma campanha favorável à agremiação, conseguindo por meios políticos manter o clube na elite do futebol brasileiro. "Na época, ele (Arruda) foi importante", avalia Marques. Estevão não perde um jogo do Brasiliense. Fez questão de comparecer ao estádio quando os jogos coincidiram com sua saída da delegacia da Polícia Federal, onde por duas vezes esteve preso, ou com o depoimento que prestou sobre o seu envolvimento no desvio de dinheiro na obra do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em São Paulo. Já Arruda não tem se dedicado mais ao Gama como no ano passado. "Arruda não tem vínculo com o Gama, é só simpatizante. Torcedor mesmo é o deputado Agnelo Queiróz (PC do B-DF), que nunca deixou de ir aos estádios", conta Marques. Agora, caso renuncie ou seja cassado, José Roberto Arruda terá mais tempo para acompanhar o futebol, um esporte que nunca esteve em ascensão no Distrito Federal. É provável que esteja ao lado de Estevão, domingo, às 11 horas, no Estádio Mané Garrincha, na primeira partida da final. Mas tanto um como o outro terá de fazer muito esforço para se mostrar ao público, já que no campo estarão astros como o goleiro Ronaldo (ex-Corinthians), Márcio Santos (ex-Santos), Lindomar e Luiz Fernando (ex-Guarani) e Deda, o principal jogador do futebol local.

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