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Em comum acordo, Muricy deixa o comando do São Paulo

Treinador encerra terceira passagem sem títulos no clube

Por Ciro Campos
Atualização:

O São Paulo confirmou nesta segunda-feira a saída do técnico Muricy Ramalho. O treinador estava na terceira passagem no comando do time e sucumbiu às más atuações da equipe neste ano na Copa Libertadores e Campeonato Paulista, além de sofrer também com problemas de saúde. Neste domingo, o time perdeu para o Botafogo de Ribeirão Preto. 

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"O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, e eu nos reunimos agora à tarde e decidimos pela minha saída do clube. Estou com problemas de saúde, devo fazer uma cirurgia na próxima semana e preciso desse tempo que o São Paulo não tem no momento. Quero agradecer ao presidente, aos jogadores, funcionários do clube, meus companheiros de comissão técnica e, principalmente, aos torcedores que entendem esse meu momento. Preciso nesse momento dos devidos cuidados com a minha saúde. Não é um adeus, é um até breve pela relação que tenho com o São Paulo Futebol Clube. Desejo muito sorte a todos", escreveu Muricy.

No começo do ano, Muricy teve uma crise de diverticulite, precisou ser internado e desfalcou a equipe nos amistosos de pré-temporada. O técnico precisa ainda ser submetido a uma cirurgia para a retirada de uma pedra na vesícula e no ano passado também sofreu com problemas de saúde. Na ocasião, teve crise de arritmia cardíaca.

Ex-jogador do clube na década de 1970, Muricy é o segundo técnico com mais jogos pelo São Paulo. São 476 partidas. O líder da lista é Vicente Feola, com 532. O comandante estava no cargo desde setembro de 2013, quando substituiu Paulo Autuori com a missão de salvar o time do rebaixamento no Brasileirão. Ele conseguiu.O feito a ele moral com a diretoria e ainda mais idolatria da torcida. Muricy assumiu a equipe antes do início do segundo turno e estreou com uma vitória sobre a Ponte Preta. Da zona de rebaixamento, levou o São Paulo ao nono lugar, com uma das melhores campanhas da segunda metade da competição.

Nesta passagem no cargo, Muricy comandou o São Paulo em 109 partidas válidas por competições oficiais e não conquistou títulos. Foram 58 vitórias, 22 empates e 29 derrotas, um aproveitamento de 59,9% dos pontos. Neste ano, ele conseguiu garantir a equipe na disputa da Libertadores, mas as duas derrotas como visitante para Corinthians e San Lorenzo pesaram bastante contra ele. O time não está classificado.

Os principais feitos do técnico foram o vice-campeonato do Brasileirão em 2014 e as duas semifinais da Copa Sul-Americana, uma em 2013 e outra em 2014. Como grandes decepções, acumulou eliminações para equipes do interior paulista em pleno Morumbi em duas ocasiões, ambas no ano passado. Pelo Estadual, foi superado pelo Penapolense nos pênaltis. Na Copa do Brasil, deu adeus com um 3 a 1 aplicado pelo Bragantino.

A lua de mel de Muricy Ramalho e o São Paulo ruiu em 2015. O ídolo da torcida pela conquista do tricampeonato brasileiro (2006-07-08), não conseguiu fazer o time ter boas apresentações na temporada. O Tricolor mostrou-se apático, sem esquema tático definido e com o próprio treinador admitindo a incapacidade em alterar o quadro. Além disso, o técnico passou os últimos meses debilitado pela recuperação da sua saúde e enfraquecido nos bastidores. Muricy passou a reclamar da existência de inimigos na política do clube que queriam sua saída e via o São Paulo dividido.

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Na primeira passagem no São Paulo, entre 1994 e 1997, Muricy atuou como auxiliar de Telê Santana e conquistou o primeiro título no comando do Tricolor. Em 1994, levou o time conhecido como "Expressinho", formado por garotos das categorias de base, à conquista da Copa Conmebol. Em campo estavam jogadores como Rogério Ceni, Denilson, Bordon, Juninho Paulista e Caio.

O retorno ao São Paulo foi em janeiro de 2006. O São Paulo tinha acabado de ser campeão mundial e emendou nas temporadas seguintes o feito inédito do tricampeonato brasileiro. Muricy se tornou um especialista em pontos corridos ao garantir com a equipe os títulos dos três anos seguintes. Porém, com o tempo de convivência veio também o desgaste e o técnico deixou o comando da equipe em 2009, logo após a eliminação na Libertadores.

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