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Em meio a guerra por dinheiro, Fifa chama reunião emergencial por novos torneios

Gianni Infantino quer debater a proposta realizada por investidores e bancos para financiar um torneio mundial de clubes e uma liga mundial de seleções

Por Jamil Chade
Atualização:

Com sérias dificuldades para fechar os seus patrocinadores para a Copa do Mundo, a cúpula da Fifa convoca uma reunião de emergência para tratar do futuro financeiro da entidade e uma reformulação completa dos torneios internacionais. Em uma carta enviada a todos os conselheiros da entidade, o presidente Gianni Infantino deixou claro que quer o encontro para debater a proposta realizada por investidores e bancos para financiar um torneio mundial de clubes e uma liga mundial de seleções, em um pacote de US$ 25 bilhões.

+ Mineradora de diamante da Rússia vira nova patrocinadora da Fifa Gianni Infantino apresentou o projeto em março, para o espanto dos demais dirigentes. A proposta quebrava todos os tabus da Fifa: torneios seriam realizados em conjunto com grupos de investidores e o calendário internacional teria de ser modificado de forma profunda.

Presidente da Fifa, Gianni Infantino Foto: Geoff Caddick/AFP

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A ideia é de que a Copa das Confederações seja substituída por um torneio com 24 clubes, bancados por esses fundos de investimentos da China, países árabes e mesmo norte-americanos. O valor de cada uma das competições faria a renda da Fifa dar um salto de mais de 100% em comparação à Copa do Mundo, o evento esportivo mais importante do planeta.

Além disso, seria criada uma Liga Mundial de seleções. No ano passado, o Estado revelou com exclusividade que o novo torneio seria disputado ao longo de um ano, substituindo aos amistosos. O pacote faz parte dos planos de Gianni Infantino de quadruplicar a renda da Fifa, hoje exclusivamente dependente da Copa do Mundo.

Mas o projeto foi recebido com hesitação, principalmente entre os europeus. À reportagem, um dos chefes da Uefa acusou Gianni Infantino de "populismo" e alertou que os clubes europeus dificilmente aceitariam a nova competição.

A reação contrária obrigou o chefe da Fifa a convocar para maio o encontro, em um gesto que não se via na entidade desde as prisões dos cartolas, em 2015. A ideia é a de desembarcar na Rússia no Congresso Anual da entidade com um acerto costurado.