Em paz com a torcida, Itália supera Gana na estréia por 2 a 0

Com gols de Pirlo e Iaquinta, a seleção dirigida por Marcelo Lippi voltou a receber o apoio da sua torcida depois de ser atacada devido ao escândalo da arbitragem.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em uma partida empolgante, a Itália demonstrou que o clima conturbado entre os jogadores devido à crise no futebol local foi superado ao ganhar da estreante seleção de Gana por 2 a 0, nesta segunda-feira, no Estádio Niedersache, em Hannover, pelo Grupo E da Copa do Mundo da Alemanha. Já no território germânico, a delegação da "Azzurra" foi vaiada por alguns torcedores devido ao escândalo de arbitragem na Série A do Cálcio. Entre os envolvidos estão o zagueiro e capitão Fabio Cannavaro, o goleiro Gianluigi Buffon e o treinador Marcelo Lippi. O confronto marcou a estréia do juiz Carlos Eugênio Símon e dos auxiliares Ednílson Corona e Aristeu Tavares no Mundial de 2006. Essa é a primeira vez na história que uma partida da competição é comandada por um trio de arbitragem brasileiro. Com mais objetividade, os italianos quase fizeram o primeiro gol aos 11 minutos. O lateral Cristian Zaccardo foi lançado na direita e cruzou rasteiro para a área, mas Totti, de carrinho, não conseguiu alcançar. Na seqüência, Gilardino tentou colocar entre as pernas do goleiro Kingston, mas a bola bateu na trave e saiu pela linha de fundo. Muito pressionado, o selecionado ganês, que participa de sua primeira Copa, só conseguiu chegar ao gol de Buffon com perigo aos 25. O meia Sulley Ali Muntari bateu forte da entrada da área, mas isolou ao mandar o chute para a torcida. Luca Toni respondeu no lance seguinte. O avante da Fiorentina passou por um adversário e mandou uma bomba, que pegou no travessão. Mais solta na partida, a equipe africana assustou a torcida da "Azzurra" em três lances consecutivos, com Amoah, Michael Essien e Pappoe, com chutes rentes à trave. Os europeus tiveram nova chance aos 34. Na cobrança de escanteio, Kingston falhou na tentativa de cortar e Luca Toni quase marcou de cabeça. Depois de muita insistência, a Itália conseguiu abrir o marcador aos 40 minutos. Em jogada ensaiada na cobrança de escanteio, Totti rolou para Pirlo, que bateu cruzado, na entrada da área, e colocou a bola no canto esquerdo de Kingston. Assim como na primeira etapa, a seleção italiana voltou melhor e teve chance de ampliar aos 6 minutos. Pirlo roubou a bola no meio-campo e passou para Totti. O jogador da Roma, que recém se recuperou de lesão na fíbula, deixou Gilardino na cara do gol, mas o avante chutou nas pernas do goleiro ganês. Os africanos responderam em seguida. Essien bateu colocado e Buffon se esticou todo para evitar o empate. Em rápido contra-ataque, a seleção dirigida por Marcelo Lippi desperdiçou mais uma chance. De Rossi lançou Perrotta, que invadiu a área e, à queima-roupa, soltou uma pancada, mas Kingston fez excelente defesa. Aos 34, ocorreu o lance mais polêmico da partida, quando Gyan fez boa jogada e caiu na área ao tentar passar por dois adversários. Os ganeses pediram pênalti, mas Carlos Eugênio Simon não marcou. Aos 38, Iaquinta deixou a torcida italiana mais relaxada ao marcar o segundo gol dos tricampeões mundiais. Em uma nova roubada de bola, Pirlo fez longo lançamento. O zagueiro Kuffour errou ao tentar recuar e o atacante da Udinese só teve o trabalho de passar por Kingston e bater para o gol vazio. Na próxima rodada do Grupo E, os italianos tentam bater os Estados Unidos para ficarem mais próximos das oitavas-de-final. O confronto acontece no sábado, em Kaiserslautern. No mesmo dia, Gana pega a República Checa, em Colônia. Ficha técnica: Itália 2 x 0 Gana Itália: Buffon; Zaccardo, Cannavaro, Nesta e Grosso; Perrotta, Pirlo, De Rossi e Totti (Camoranesi); Luca Toni (Del Piero) e Gilardino (Iaquinta). Técnico: Marcelo Lippi. Gana: Richard Kingston; Pantsil, Kuffour, Mensah, Pappoe (Shilla); Muntari, Appiah, Essien, Eric Addo; Amoah (Pimpong) e Gyan (Tachie-Mensah). Técnico: Ratomir Djukovic. Gols: Pirlo, aos 40 minutos do primeiro tempo; Iaquinta, aos 38 minutos do segundo tempo. Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Brasil). Cartões amarelos: De Rossi, Camoranesi, Iaquinta, Muntari e Asamoah. Local: Niedersachestadion, em Hannover.

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