22 de setembro de 2012 | 10h13
Quatro meses antes de deixar a CBF, em março, Ricardo Teixeira fechou um acordo com a ISE dando direitos para que organizasse e administrasse jogos da seleção por dez anos. Mas o que chama a atenção é o fato de que o acordo de 2012 é 15% inferior ao de 2006. Por jogo,a CBF receberia US$ 1 milhão. Em 2006, recebeu US$ 1,15 milhão.
Bin Hammam, do Catar, teve o apoio de Ricardo Teixeira na votação para a Fifa e, nos últimos anos, a relação entre os dois ganhou novas dimensões. O Brasil disputou jogos no Catar e Teixeira ainda votou pelo país árabe para sediar a Copa de 2022.
Hammam era ainda o presidente da Confederação Asiática de Futebol e foi justamente uma auditoria realizada há poucos meses na entidade que revelou as transferências suspeitas entre a ISE e o cartola.
A auditoria foi preparada pela PriceWaterhouse Coopers (PwC) que constatou que US$ 2 milhões (R$ 4 milhões) pagos pela ISE em 2008 foram para o uso pessoal de Bin Hammam. Além disso, a empresa Al Baraka Investment - empresa relacionada à ISE - pagou mais US$ 12 milhões a Hammam.
O que gerou a suspeita é que o dinheiro transferido entre essas empresas e Bin Hammam passou justamente pelas contas da Confederação Asiática. "É nossa avaliação que a AFC (Confederação Asiática) tenha sido usada como um veículo para lavar recursos e que esses recursos foram creditados ao ex-presidente para um uso indevido. A AFC pode ter sido usada como veículo para lavar dinheiro e para o pagamento de propinas", indicou a auditoria.
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