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Engenhão tem mais gente fora do que dentro do estádio em noite de Brasil x Peru

Com a presença de público nas arquibancadas vetada por causa da pandemia, o que se via no entorno do estádio era vida normal, com pessoas fazendo suas caminhadas, correndo ou empinando bicicletas em uma das escadarias

Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

A Copa América no Brasil é capaz de proporcionar algumas cenas pitorescas ou que, em circunstâncias normais, seriam improváveis. Sem torcida e sem a presença de autoridades, nenhum tipo de revista foi feita no acesso ao Engenhão. Do lado de fora, nada de camisas da seleção, bandeiras ou vendedores ambulantes - a não ser os habituais. No primeiro jogo do Brasil no Rio, a vida seguiu normal na zona norte carioca.

Com as arquibancadas vazias, foi possível até mesmo esperar pelo apito inicial para se ter conversas mais reservadas. Foi o que fez o técnico Tite assim que chegou ao estádio.

Tite caminha pelo estádio vazio antes de jogo com o Peru Foto: Wilton Junior/ Estadão Conteúdo

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Pouco mais de uma hora antes da partida, ele e o analista de desempenho Bruno Baquete deram uma volta inteira pela lateral do gramado. A conversa só foi interrompida quando a dupla chegou à linha de fundo e passou a ser alvo de dezenas de cliques de fotógrafos que já estavam a postos para o jogo.

O estádio vazio permitiu que o técnico ouvisse o som frenético das câmeras, o que o fez recordar de um momento não muito agradável de sua trajetória à beira do campo.

"Da última vez, quando eu estava para ser demitido do Grêmio, olhei para trás e estava cheio de fotógrafo fazendo esse ratatá aí", brincou Tite. Nos primeiros dias deste mês, o treinador conviveu com a possibilidade de ser demitido pelo presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, que estava temeroso de que a seleção boicotasse a Copa América.

O silêncio que permitiu a Tite ouvir até mesmo o barulho das câmeras foi outro fato raro em um jogo da seleção brasileira. Enquanto que à tarde os brasileiros puderam ver pela TV estádios parcialmente ocupados pela torcida na Eurocopa, na Copa América no Brasil os portões precisam permanecer fechados até o fim da competição. Isso porque o país segue com média diária de duas mil mortes por covid-19, e até o momento imunizou pouco mais de 11% da população com duas doses da vacina.

Assim, nas horas que antecederam à partida e até mesmo durante seu desenrolar, havia mais gente do lado de fora do Engenhão do que dentro dele. Mesmo que Brasil x Peru duelassem no campo pela Copa América, no entorno do estádio o que se via era vida normal, com pessoas fazendo suas caminhadas, correndo ou empinando bicicletas em uma das escadarias que dão acesso ao estádio.

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Há dois anos, quando o Brasil sediou por direito - e não por improviso - a Copa América, o entorno dos estádios tinha circulação restrita de pessoas e policiamento reforçado.

Dessa vez, o máximo de torcida que a seleção teve no jogo foi a dos cartolas da CBF. O presidente em exercício, coronel Antônio Carlos Nunes, foi um deles, além de parte dos seus vices. O novo secretário-geral da entidade, Eduardo Zebini, também esteve presente. Já o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, preferiu ir a Goiânia para acompanhar a partida entre Colômbia e Venezuela.