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Enterro de Dida será nesta 4ª feira

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Por Agencia Estado
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Edvaldo Alves de Santa Rosa, o Dida, um dos maiores jogadores do Flamengo e campeão do mundo em 1958, faleceu nesta terça-feira, aos 68 anos, vítima de insuficiência hepática e respiratória. Ele estava internado no Hospital Miguel Couto, na Lagoa, zona sul do Rio, desde a semana passada, quando sofreu uma hemorragia hepática, causada por um câncer no estômago. Com 244 gols com a camisa rubro-negra, o ex-jogador só foi superado por Zico, que marcou 508. O "Galinho", inclusive, fazia questão de frisar que Dida era o seu grande ídolo. Na seleção brasileira, na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, Dida foi titular na primeira partida, deixando Pelé no banco de reservas. No segundo jogo, porém, o técnico Vicente Feola o substituiu por Vavá, enquanto o futuro atleta do século só voltaria a ocupar vaga de titular na terceira partida, entrando no lugar de Mazzola. Em oito partidas pela seleção, entre 1958 e 1961, Dida marcou cinco gols. Dida nasceu em Alagoas, no dia 26 de março de 1934 e foi descoberto de forma curiosa. O time de vôlei do Flamengo estava numa excursão em Maceió e, durante uma folga, a delegação aproveitou para ver um jogo de futebol entre as seleções de Alagoas e da Paraíba. Dida destacou-se na partida, marcou três gols e infernizou a zaga adversária. Alguns dias depois, um representante do Flamengo foi procurá-lo e o levou para a Gávea. Ele chegou ao clube em 1954. Sua estréia aconteceu no dia 17 de outubro do mesmo ano, numa vitória por 2 a 1, sobre o Vasco. Na ocasião, os titulares Evaristo de Macedo, atual técnico do Rubro-Negro, e Benitez estavam machucados e o técnico Freitas Solich resolveu dar uma oportunidade ao jovem jogador. "Foi uma grande perda não só para o Flamengo, mas para o futebol brasileiro. Era um ídolo do Rubro-Negro e um grande amigo", disse Evaristo, que atuou ao lado de Dida em algumas partidas. Disputou os títulos de 54 e 55. Na decisão desse último, contra o América, o Flamengo venceu por 4 a 1 e Dida marcou três gols, transformando-se em herói por ter dado ao clube o segundo tricampeonato da sua história. Ele foi artilheiro nos campeonatos de 1958, 59 e 62. Dida atuou com a camisa do Flamengo por cerca de dez anos e chegou a jogar na Portuguesa-SP. Após encerrar a carreira, passou a se dedicar às divisões de base do Rubro-Negro, onde trabalhou por 20 anos. Ele ajudou a descobrir alguns dos futuros craques que viriam a conquistar a Copa Libertadores e o Mundial Interclubes, em 1981. Atualmente, Dida vivia de forma mais reclusa, recusava-se a dar entrevistas, alegando que não tinha mais o que falar. Preferia conceder mais espaço para os craques do futebol atual. O enterro será nesta quarta-feira, às 10 horas, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul.

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