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Erro da FPF gera tumulto no Pacaembu

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Por Agencia Estado
Atualização:

Chuva, frio, desrespeito, confusão, brigas e negociação. Rebelião em alguma penitenciária? Não, apenas mais uma noite de martírio para cerca de 500 insistentes torcedores que ainda tentaram se divertir indo a um estádio de futebol. E ao contrário do que geralmente acontece, o incidente, desta vez, não foi nas arquibancadas. O centro do tumulto ocorreu em frente ao portão 14, entrada dos convidados VIPs e daqueles que pagaram R$ 25,00 para assistir ao jogo no local mais confortável do Pacaembu: as numeradas cobertas. Uma hora antes de o árbitro Oscar Ruiz iniciar a partida decisiva da Taça Libertadores da América, entre São Caetano e Olimpia, a Polícia Militar foi acionada. Ao chegar ao local, os oficiais constataram o problema. Por causa de uma falha da Federação Paulista de Futebol (FPF) na organização da venda de ingressos, torcedores compraram bilhetes para os mesmos assentos onde os patrocinadores acomodavam seus convidados. Conclusão: os portões de acesso ao setor foram fechados sem qualquer satisfação para aqueles que aguardavam do lado de fora, com o tíquete na mão. Sem saber o que acontecia, a multidão ficou nervosa com a demora para a fila andar. "Fora almofadinhas, fora almofadinhas!" gritavam para protestar contra aqueles que ocuparam os lugares sem ingresso. "Isso não é possível. Nós pagamos o preço mais caro para termos um pouco de conforto e segurança e não conseguimos sequer entrar no estádio", revoltava-se o engenheiro eletrônico Rubens de Souza Santos, acompanhado pela mulher Analice e os filhos Arthur e Analine, todos devidamente barrados. Insustentável! - Em meio ao clima de ´cada um por si, Deus por todos´ a solução foi apresentada pelo comando do Batalhão de Choque. "Não tivemos outra alternativa. A situação ficou insustentável e tivemos de abrir todos os setores de numeradas para quem estivesse com ingresso. Infelizmente nem todos que compraram para as cobertas, conseguiram um lugar nesse setor", afirmou o comandante do policiamento, major Marinho. Pressionado pela situação, o oficial ainda tentava manter o bom humor. "Vem todo mundo achar que a polícia é sempre a culpada. Só rindo mesmo! O problema é dos organizadores, que não informaram as pessoas que estavam adquirindo os bilhetes sobre a localização dos assentos", disse. Mesmo assim, ainda sobrou tempo para momentos de lucidez. "Fazer as coisas aqui nesse País é muito complicado", lamentou.

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