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Espanha investiga papel de Rosell e Teixeira no contrato do Barça com Catar

Acordo teria sido fechado próximo à data da escolha do Catar como sede da Copa de 2022

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Por Jamil Chade e correspondente na Suíça
Atualização:
Sandro Rosell, o ex-presidente do Barcelona, éinvestigado por usar jogos amistosos da seleção brasileira para lavar dinheiro. Foto: Albert Gea/Reuters

GENEBRA – Investigadores espanhóis suspeitam que o acordo milionário entre o Barcelona e o Catar para publicidade nas camisas do clube catalão também fez parte da trama de relações entre o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o cartola Sandro Rosell.

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O dirigente catalão foi preso há dez dias, acusando de montar um “grupo criminoso” com o objetivo de lavar mais de 15 milhões de euros. O dinheiro viria de contratos com a CBF e o desvio da renda de jogos da seleção brasileira. 

Segundo o jornal espanhol El Confidencial, uma das linhas de investigação agora se refere ao papel de Rosell em fechar um acordo histórico com a Qatar Foundation e que se transformou no primeiro patrocínio do Barcelona, um time que até então havia mantido sua camisa sem marcas. O acordo foi assinado em 2010.

O Estado confirmou que a apuração está centrada em possíveis comissões ilegais que o dirigente tenha recebido para fechar esse contrato. A suspeita é de que a mesma empresa que administrava os jogos da seleção brasileiras, a ISE, tenha tido um papel nessa relação com o Catar. A empresa é a mesma que manteve por anos uma aliança a Ricardo Teixeira. Parte do dinheiro pode ter ido justamente para o dirigente.

O acordo ainda foi fechado próximo à data da escolha do Catar como sede da Copa de 2022. Naquele momento, Teixeira declarou abertamente que votou pelo país árabe. 

O que se investiga também agora é se houve alguma contrapartida entre o voto do brasileiro pelo Catar e o acordo multimilionário entre seu principal sócio – Rosell – e fundos do país árabe. 

Rosell, ao explicar o contrato com o Catar, disse que a publicidade era apenas de uma ong sem fins lucrativos e que, para isso, dariam ao clube mais de 160 milhões de euros (R$ 584 milhões). Seis anos depois, a Qatar Foundation foi trocada por uma outra empresa do país árabe, a Qatar Airways. 

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